O Congresso Brasileiro sobre Alfabetização, Linguagens e Letramentos – CONBRALE, durante o ano de 2022 propôs debates investigativos e reflexões científicas em torno do tema geral “Cultura Escolar em Tempos de Pandemia”. Nesta edição, tendo como foco sujeitos formadores/formandos e a mediação de conhecimentos a partir do desenvolvimento de pesquisas e suas respectivas socializações, intenciona compreender como em tempos de pandemia (SARS COVID 19) e isolamento social, a cultura escolar se (re)fez, quais desafios, avanços e retrocessos, no campo das linguagens e seus letramentos, podem ser observados no cenário da experiência alfabetizadora.
O Congresso ocorreu no formato online e reuniu pesquisadores (as), professores (as) da educação básica, professores (as) em formação, profissionais liberais no âmbito do ensino/aprendizagem e áreas afim. O objetivo é socializar experiências de sala de aula e suas produções científicas relacionadas à Alfabetização, Linguagens e Letramentos, na busca de contribuir com a produção científica da área. O que se intenciona é, ao aprofundar o tema, encontrar alternativas plausíveis a serem atingidas e operacionalizadas, no campo da aquisição de linguagens e ampliação de letramentos no contexto escolar para crianças, jovens e adultos. Reunir pessoas que carregam conteúdos, experimentos e achados escolares e não-escolares no solo da Alfabetização é o desafio que alimenta o CONBRALE.
Como entender as demandas de ensino/aprendizagem dessa história da Alfabetização do tempo presente? O que se aprende e o modo como se aprende na escola, interessa a quem, atende a quais sujeitos ou demandas, em tempos de rupturas e continuidades, diante de um cenário pandêmico e de crise econômica e sanitária? Como se (re)organizaram os currículos e se materializaram as práticas e saberes escolares? Que questões éticas, profissionais e estéticas se fizeram presentes na práxis educativa em contextos de sala de aula, presencial e/ou remota? Estas são algumas das possíveis questões problematizadas pelo IV CONBRALE.
Cabe destacar, que o índice de analfabetismo no Brasil ainda é um dado tanto preocupante quanto estrutural, por isso, aprofundar análises e pesquisas sobre o tema é inadiável. Observar as políticas públicas e perspectivas históricas pensadas para Alfabetização em contexto de Multiletramentos, a fim de dedicar-lhes uma compreensão crítica e propor intervenções epistemológicas e pedagógicas, é uma tarefa para a história deste tempo. As desigualdades sociais e econômicas do país atingem uma porção significativa da população adulta que sequer consegue escrever o próprio nome, fato que afeta o cotidiano laboral e a inserção social e econômica. Entre as crianças o analfabetismo também é um fato. Cientes do que isto representa para o exercício pleno da autonomia intelectual, social e cultural, propomos somar forças neste debate para construir possibilidades no campo da Alfabetização e seus desafios estruturais e pedagógicos.
O evento organiza-se em torno de conferências, palestras, minicursos, oficinas, relatos de experiências e sessões de comunicação científica que se empenham em pensar a função social, política e pedagógica, bem como, sentidos e significados do que é ser uma pessoa alfabetizada, letrada, integrada na cultura e no seu tempo, no contexto das múltiplas linguagens.