Este artigo apresenta as visões de Paulo Freire e Ubiratan D’Ambrósio sobre como a matemática está presente no dia-a-dia das pessoas e a importância pedagógica de tal presença para esta disciplina escolar. Insere-se, portanto, no bojo das muitas discussões estabelecidas na seara acadêmica sobre a necessidade de um ensino que contemple a realidade discente, mas que ainda não foram capazes de mudar a proeminência de práticas pedagógicas que privilegiam o formalismo e a abstração matemática, com sérios prejuízos para os discentes, demandando ainda muitas discussões nesse sentido. Nessa perspectiva, objetivamos apresentar concepções dos supracitados educadores sobre como a matemática está presente no cotidiano das pessoas e a importância pedagógica dessa presença para o ensino de matemática. Assim, este estudo é de natureza teórica, que também se faz valer de uma entrevista dada por Paulo Freire a Ubiratan D’Ambrósio. Para esses educadores, a matemática está presente nas diversas ações que fazemos no dia-a-dia, e ações pedagógicas que possibilitem a tomada de consciência disto contribuem para a superação do elitismo intelectual, para afirmar as raízes culturais dos educandos e lhes despertar a criticidade, sendo que uma das formas pelas quais isso pode ocorrer é tomar o saber matemático cotidiano como ponto de partida para a aprendizagem da matemática escolar.