Há poucos estudos comparativos sobre ocorrências de marcas de pontuação (MP) em narrativas ficcionais escritas por alunos de diferentes países. Este trabalho pretende identificar as MP inscritas em manuscritos escolares do Brasil (MBR) e da França (MFR), escritos por alunos de 6 anos de idade, com o objetivo de descrever semelhanças e diferenças em suas ocorrências. A escola BR adotava uma proposta didático-curricular construtivista. A escola FR adotava materiais e práticas de ensino baseadas no método fônico. Ambas as professoras seguiram o mesmo protocolo didático, solicitando para todos os seus respectivos alunos, organizados em duplas, a produção de histórias inventadas. Foram recolhidos os manuscritos de seis propostas de cada dupla e selecionados para análise os manuscritos de uma única dupla de cada país. Foram observados nos 12 manuscritos: a) relação entre quantidade de palavras e quantidade de MP; b) tipos e posições das MP. Nos MBR, ocorreram uma MP por 55 palavras, em média. Nos MFR, a média foi de uma MP para cada cinco palavras. Quanto aos tipos, apenas ocorreram letra maiúscula e ponto final nos MBR, enquanto nos MFR foram identificados cinco tipos de MP: letra maiúscula, vírgula, travessão, ponto de interrogação e ponto final. Quanto à posição, nos MBR a letra maiúscula e o ponto final delimitam o início e o fechamento da história. Nos MFR as MP ocorreram tanto nos limites externos dos manuscritos, quanto internamente. Essas diferenças indicam que a aprendizagem inicial de MP da frase parece estar associada à prática docente, abordagem didático-curricular, métodos e materiais didáticos com os quais os alunos interagem.