Nas últimas décadas, é possível observar que obras da literatura contemporânea, ao darem voz a grupos marginalizados, ampliaram seu espaço e sua potência para abordarem questões sociais. Essa temática é especialmente significativa em letras de música, que, devido ao apelo popular, podem servir tanto como forma de representatividade quanto uma forma de afirmação dos seus corpos e origens. O presente trabalho objetiva analisar as letras das canções “Formation” e “Freedom”, da cantora Beyoncé, à luz do empoderamento feminino e da igualdade racial. Para fundamentar teoricamente nossa análise, colocamos em diálogo os conceitos de interseccionalidade, de Angela Davis (1981), pedagogia da transgressão, proposta por Bell Hooks (2013), e enegrecimento do feminismo, de Sueli Carneiro (2003). Como resultados preliminares, observamos que as obras apresentam de forma metafórica discussões sobre problemas raciais e de gênero. Em termos de recepção, essas metáforas podem ajudar a busca de uma educação libertadora de mulheres negras, ainda que de uma forma superficial, sem romper as barreiras da sociedade patriarcal e racista.