O referido trabalho, de cunho monográfico, é resultante de uma pesquisa com detentos estudantes e não estudantes de EJA e profissionais que atuaram em sala de aula, no período de 2010 a 2011, no Complexo Penal Regional de Pau dos Ferros - RN, buscando estabelecer relações entre a abordagem teórica e as informações apresentadas pelos sujeitos entrevistados. Utilizou-se, como instrumento de construção de dados a entrevista estruturada realizada com três detentos e dois agentes penitenciários, cujos dados foram analisados À luz de referenciais, como: Albuquerque (2010); Ataide (2009); Candau (2003); Foucault (2009), Freire (2005), Piconez (2002), Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos - PNEDH (2006), dentre outros. Evidenciou-se a necessidade de revisão literária acerca de particularidades da EJA, numa perspectiva histórica, tentando apreender os pressupostos e norteamento didático-metodológico que a subjazem, identificando possibilidades e limites para sua materialidade com sujeitos em situações de privação de liberdade, em espaços que apresentam intensas dificuldades, tanto do ponto de vista infraestrutural, minimamente, adequado ao exercício de práticas educativas escolares, quanto à ausência de segurança aos profissionais que neles atuam. Trata-se do exercício da busca de (re)significação político-pedagógica da educação no cárcere, de forma a incorporar a compreensão de que, mesmo em situação de privação de liberdade, os sujeitos têm direito à educação e esta pode contribuir como fator de (re) inserção social e re(constituição humana, revestindo-se de um compromisso com a formação de subjetividades sensíveis à igualdade na diferença, constituindo-se, portanto em instrumento de exercício e realização da cidadania.