A finalidade deste estudo, ainda em desenvolvimento para dissertação, é observar a imagem, sobretudo iconográfica, do mito mexicano Malinche, considerada por alguns como mãe fundadora da nação mexicana, de acordo com a proposta dos estudos pós-coloniais e observá-la dentro da concepção de história trazida por Peter Burke (1992) e da caracterização da imagem defendida por Serge Gruzinski (1990), para refletir, de maneira questionadora, as distintas versões construídas de sua figura e constatar as marcas deixadas pela colonialidade epstemológica sobre a mulher indígena, além de resgatar parte do patrimônio cultural mexica, através do Códice Mendonza e do Lienzo de Tlaxcala, ao colocar em cheque a visão dual da imagem e do papel desempenhado por Malinche diante de encontro entre as culturas indígena e européia. Pensando em como a identidade é formada e transformada (Hall, 2015), vermos como história e imagens são passíveis de transformação e (re)construção a partir da presença das ideologias hegemonicas que permeiam esses conceitos e influenciaram (influenciam) a figura da mulher, pois como assevera Peter Burke (2011, p. 80) “[...] reinvindicar a importância das mulheres na história significa necessariamente ir contra as definições de história e seus agentes já estabelecidos como ‘verdadeiros’, ou pelo menos, como reflexões acuradas sobre o que aconteceu (ou teve importância) no passado.” As reflexões propostas estarão ancoradas nos seguintes estudos críticos: Serge Gruzinski (1990); Néstor García Canclini (1990); Peter Burke (1991); Stuart Hall (1997); Thomas Bonnici (2009); Walter Mignolo (1996, 2003); Maria Emília Granduque José (2016) e Jean Franco (2016).