RESUMOA Educação no/do Campo é uma questão que perpassa não apenas o âmbito educacional, mas também o âmbito do direito e das políticas públicas. O direito à educação aos povos do campo, ao longo da história do Brasil, sempre foi relegado a segundo plano pelos governantes, em todos os níveis, principalmente, no ensino médio. Daí, o Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), do estado do Ceará, passou a reivindicar escolas em áreas de assentamentos rurais que contemplasse o ensino médio. Em 2007, o MST/CE conquista, a partir da sua Jornada de Luta, o compromisso do governo do estado de construir tais escolas em assentamentos rurais vinculados ao Movimento. Entre 2010 e 2011, 05 escolas foram construídas em assentamentos da Reforma Agrária. A partir do exposto, o presente trabalho objetiva apresentar a experiência da construção coletiva, o contexto histórico de luta e o Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas de ensino médio do campo. Para tanto, pautaremos os estudos de GOMES (2013), CALDART (2012), PISTRAK (2011) e TAFFAREL (2010) a fim de nos embasar teoricamente. Na metodologia de estudo nos utilizamos da pesquisa documental e bibliográfica, apoiando-se no estudo do PPP das escolas, Decreto nº. 7.352/2010, como também em MINAYO (2007). A partir dos estudos realizados obtivemos dados que apresentam resultados relevantes para a Educação do Campo no estado do Ceará, pois além das 05 (cinco) escolas já construídas e em pleno funcionamento, estão em processo de construção mais 04 (quatro) escolas a serem inauguradas em fevereiro de 2015 e mais 03 (três) escolas pautadas e asseguradas pelo governo do estado a serem construídas em áreas de assentamentos da Reforma Agrária. Para GOMES (2013), essa “conquista” é fruto da luta do movimento social organizado, onde contrapõe dois projetos de campo em disputa dentro do contexto econômico mundial.