O presente artigo desenvolve-se a partir de um relato de experiência das atividades desenvolvidas na ação extensionista, Diálogos sobre a sexualidade com os adolescentes, realizada com aproximadamente, 90 estudantes de uma escola pública estadual, situada na cidade de Campina Grande – PB. Ao longo de nove oficinas, no período de agosto a novembro de 2017, buscamos abordar temas que circundam a sexualidade visando a redução da vulnerabilidade dos adolescentes às DST’s e à gravidez não planejada, bem como aos valores, preconceitos e tabus que permeiam as relações de gênero. Como aporte de trabalho, tomamos como referência a pedagogia problematizadora preconizada por Paulo Freire e os pressupostos das metodologias participativas, cujo foco reside em trabalhar os problemas/tensões, refletindo sobre estes, para criar possíveis soluções. Nesta perspectiva mobilizamos os estudantes para o exercício da reflexão de temas relacionados à sexualidade e ao gênero visto que, estas questões ainda são geradoras de conflitos e tensões na escola, na família e na comunidade. Observamos que os adolescentes possuem muitas dúvidas e interesses em discutir as questões atinentes a esta temática, devido a inexistência de um espaço favorável para esta finalidade na família e na escola, além de que, gradativamente, eles foram se tornando protagonistas do processo, posicionando-se de forma crítica e reflexiva. Desse modo, avaliamos como satisfatório os resultados obtidos, pois, podemos reiterar o diálogo como uma ferramenta potente podendo viabilizar desconstruções de preconceitos, tabus, valores e crenças sociais historicamente construídas em torno da sexualidade, além de possibilitar novas construções a respeito da mesma.