Resumo: O presente artigo tem como objetivo analisar o arquétipo da anima na obra “Noites Brancas”, de Fiódor Dostoiévski, tomando como aporte teórico C. G. Jung. Segundo Jung (2008), o homem precisa fazer o processo de individuação que consiste em descer os degraus obscuros do inconsciente para enfrentar os arquétipos, buscando o autoconhecimento para chegar ao arquétipo do Self. Em “Noites Brancas”, encontramos um narrador-personagem solitário que tem sua vida transformada pela figura de uma mulher que representa o arquétipo da anima. A anima é a parte feminina inconsciente no homem que se revela de forma onírica ou pode se revelar como a mulher amada, fazendo o homem sair de sua zona de conforto para seguir o caminho de crescimento interior. Neste processo, a anima é, ambivalentemente, positiva e negativa, de acordo como esta se apresenta ao indivíduo e como o mesmo a responde. No personagem analisado, a anima se apresenta de forma positiva e negativa, porque faz o personagem sonhar com o relacionamento amoroso, depois, sofrer com o abandono, mas possibilita o desenvolvimento de um amor altruísta por desejar a felicidade da mulher amada mesmo que seja com outro.