Enquanto certas esferas midiáticas ditam regras de como deve ser mãe e de como a mulher deve ser para se tornar mãe, através de uma perspectiva fantasiosa e romantizada sobre a maternidade e a maternagem, outras plataformas servem de suporte para um discurso contrário promulgado por mulheres que dizem de seu corpo e de sua experiência de ser mãe, compartilhando relatos sobre esse processo. Por muito tempo, a maternidade foi colocada como fundamental para tornar-se mulher, pois compunha àquilo que a identidade feminina se denominava. No Complexo de Édipo, Freud (1924) traz a promessa de um filho, na menina, como alternativa para suportar a falta do falo. A mulher, durante anos, foi colocada nesse lugar para procriação, além da sua escolha ou do seu desejo de ser mãe. Na esteira de inquietações levantadas pelo feminismo, sobressaem discussões sobre o que quer uma mulher e o lugar de fala ao que antes era silenciado, e, ainda assim, é possível perceber uma grande valorização da maternidade, com uma visão mercadológica, dentro de padrões arbitrários, distanciando-se muitas vezes da realidade da mulher. Levando em consideração que a maternidade faz uma marca no corpo da mulher, sob uma visão psicanalítica e através dos discursos de mulheres que conseguiram dizer algo dessa marca, com relatos encontrados nas redes sociais, esse trabalho pretende refletir sobre a imagem desse corpo e como a maternidade se dá nesse corpo da mulher; que marcas são essas? O que e como essas mulheres estão dizendo dessas marcas?