Pensar o sujeito é discutir as metamorfoses pelas quais ele passa. Pensar o sujeito enquanto sujeito livre é perceber que uma linguagem os interpela, construindo-o sociohistoricamente. Refletindo o pensamento kantiano, Foucault (1982) enfrenta uma lacuna da modernidade que permanece como grande incógnita. “Quem somos nós?” É uma marca do filósofo francês que, conforme aponta Gros (1995), é insistida numa busca por uma identidade. Nesse sentindo, este trabalho tem como objetivo analisar uma peça publicitária protagonizada por um transexual masculino. Trata-se de uma propaganda de um creme de barbear que, apesar de aparentar uma iniciativa de cunho “normal”, a publicidade, no entanto, rompe com as práticas heteronormativas instauradas historicamente na sociedade, haja vista que o sujeito protagonista, como já dito, foi um transexual. A irrupção significa um acontecimento discursivo, no qual permite a interpretação, construindo uma verdade e, por fim, atribuindo rosto as coisas (NAVARRO, 2004). Discussões em campo de conflitos como da sexualidade, acontecimento discursivo como o tratado neste estudo nos faz refletir sobre tais questões: 1. Que tipo de relações de poder emergem? 2. Quais sentidos reverberam nesse acontecimento? Para responder, pretendemos dialogar com Foucault (1970; 1976), Navarro (2004), Bento (2006).