A língua Brasileira de Sinais foi historicamente marginalizada pelos ouvintes, que em sua maioria consideravam o meio de comunicação da comunidade surda como um conjunto de gestos e mímicas sem sentido, assim a comunidade surda vivenciou inúmeras barreiras para sua inserção no contexto escolar com utilização de sua língua natural, as quais em grande parte continuam até os dias de hoje. Com a intenção de proporcionar a aprendizagem da língua oral do surdo as incontáveis problemáticas vivenciadas nas escolas de certo modo direcionavam ainda mais a comunidade surda para a exclusão, uma vez que nem todos os surdos tinham êxito na oralização, o que motivava a desistência deles por esse processo educacional, identificando em si mesmo uma “incapacidade” comunicativa que retirava o sentido da permanência dos mesmos na escola. Em seguida surge a inclusão, que tem como objetivo proporcionar a interação desses sujeitos no ambiente escolar, com a valorização e utilização da Libras, mediadas por interpretes, que são os responsáveis pelo estabelecimento da comunicação entre os surdos, os professores, os alunos da sala e todo corpo escolar, porém a metodologia utilizada em sala de aula continua voltada para a comunidade ouvinte. Diante do cenário estabelecido, surge a proposta bilíngue a qual propõe uma escola que trabalhe a Libras como primeira língua para o surdo, como determina a lei 10.436/02, sem esquecer os demais conteúdos curriculares, com metodologias voltadas para a cultura surda e a língua Portuguesa como segunda língua. Desta forma, queremos contribuir para o debate sobre o tema, tendo em vista a necessidade de desenvolvimento igualitário do povo surdo, desde sua iniciação escolar, os colocando em contato direto e frequente com seus pares e com sua língua materna. Para isso buscamos fundamentação teórica nas leis que regem a educação como a LDB e autores como Capovilla, Chaves e Quadros, para ampliação do debate sobre a temática.