Tendo em vista a importância que a temática avaliação tem para a prática docente, este trabalho objetivou analisar as concepções de professores de Biologia sobre avaliação, tendo como foco as definições e funções da avaliação presentes em seus discursos. Para isso, a pesquisa foi realizada em uma escola estadual de Ensino Médio em São Luís, MA, com os três professores de Biologia da instituição. A coleta de dados ocorreu em duas etapas: primeiramente, foram observadas dez aulas desses professores para melhor compreensão do contexto em que a avaliação ocorre e, em seguida, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a partir de um roteiro previamente elaborado. Os dados das entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo, a qual contou com três etapas: pré-análise, em que ocorreu a sistematização das ideias iniciais; exploração do material, em que foram realizados recortes de trechos das entrevistas, os quais foram agrupados de acordo com suas semelhanças, originando duas categorias: Definição, com três indicadores, e Função, com dois indicadores; e as inferências, em que os resultados das etapas anteriores foram, então, discutidos por indicador. Em relação às definições de avaliação, constatou-se que nem todos os professores conseguiram apresentar uma conceituação do que é avaliação; sobre a recuperação, ainda que os professores tenham enfatizado que a recuperação não deve ser somente uma prova, notou-se que ainda recaiu somente sobre o aluno a responsabilidade de recuperar; e quanto aos participantes da avaliação, identificou-se agentes de dentro e fora do ambiente escolar. Em relação às funções da avaliação, dois professores relataram avaliar para fazer diagnósticos e conhecer melhor seus alunos, enquanto que um professor associou o ato de avaliar à quantificação dos rendimentos do aluno; sobre a função da recuperação, os professores relataram que seu papel é permitir que o aluno possa aprender um conteúdo que já deveria conhecer. Percebeu-se, assim, que os entendimentos apresentados pelos professores foram de concepções mistas, por vezes ainda bastante ligados à lógica mais tradicional de avaliação. Dessa maneira, conclui-se que é necessário trabalhar as concepções de avaliação de professores para que estes possam aderir a práticas menos tradicionais e que favorecem a aprendizagem do aluno.