O presente artigo é um desdobramento de uma pesquisa realizada no segundo semestre de 2016 na cidade São João dos Patos – MA com estudantes de 9º ano do ensino fundamental. O referido estudo foi desenvolvido por oportunidade da Prática Educativa da disciplina Sociologia da Educação, no âmbito do curso de Licenciatura Plena em Matemática do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) - Campus São João dos Patos. Dessa forma, objetivo principal deste trabalho é identificar e refletir sobre o maior motivo que faz com que os adolescentes estejam na escola e o principal papel da mesma para sua formação. Para tanto, abordamos algumas ideias de Antonio Gramsci, fazendo um paralelo entre os dados da pesquisa com os seus conceitos de Escola Unitária e Industrialismo, onde a Escola Unitária é caraterizada pelo autor como instrumento de transformação da sociedade, pois abrange uma formação técnico-cientifica e humanística, isto é, integral, se opondo ao industrialismo que vê a escola somente como um local de formação técnica. O autor defende uma educação escolar que ultrapassa os muros das escolas e a relação entre trabalho e sociedade, fazendo uma união do processo teórico da profissão com o processo prático da organização da sociedade, ou seja, defende uma escola que forme não apenas um trabalhador técnico e sim um pensador político que de alguma forma contribua no destino da sua sociedade, desenvolvendo todas as suas habilidade e competências de maneira integral. Os dados utilizados são de natureza quantitativa e foram coletados junto a 130 estudantes do 9º ano do ensino fundamental a partir de um questionário estruturado. De um modo geral, os resultados demonstram que os adolescentes veem a escola como um local de treinamento para o mercado de trabalho, o que acaba sustentando a crítica gramsciana de que a educação satisfaz a necessidade do capitalismo, deixando de lado a formação integral do estudante, voltada também para o aspecto humanístico.