A educação é uma ferramenta relevante para alcançar e modificar hábitos sociais. De tal modo que os
médicos e dentistas do início do século XX, também pensavam dessa maneira, e viam na educação
escolar uma estratégia de generalizar hábitos em relação à saúde em áreas como a bucal. Nesta
direção, este trabalho se propõe analisar a circulação das prescrições do saber médico-odontológico no
âmbito escolar paraibano no período de 1920 e 1940, bem como, analisar os reclames publicitários
sobre o tratamento e a beleza dos dentes como discurso de formação de novas sensibilidades
nacionais. Para isso, realizou-se uma pesquisa documental que adotou como fonte principal o
periódico A União. Como estratégia metodológica, buscou-se dialogar com a teoria da Nova História
Cultural, enfocando não apenas os mecanismos de produção dos objetos culturais, como também os
seus mecanismos de circulação e interpretações, repensando os conceitos de leituras e de apropriação
de discursos. Sendo assim, é possível identificar no material analisado apresentação da educação bucal
como um processo civilizatório e higiênico, onde ter um rosto belo e um sorriso bonito passou a serem
símbolos da nação de “ordem” e do “progresso”. Dessa forma buscaremos demonstrar como foi a
escolarização desses hábitos e como eles influenciaram uma sociedade Tendo em vista que as
instalações de gabinetes dentários nos grupos escolares paraibanos, a partir de 1924, configuraram
uma estratégia de mostrar que cuidar dos dentes e da boca é de completa importância para um conceito
de civilização.