A constante busca por padronização das aprendizagens e saberes, e com ela, dos próprios alunos, é um dos grandes problemas da educação na atualidade. Em um país multicultural como o nosso e de dimensões continentais, nos parece impossível que essa padronização possa ocorrer de forma a resultar em um processo de ensino que realmente faça sentido para o discente. Frente a isso, as formações de professores, em geral, também não têm considerado esse multiculturalismo, o que resulta numa prática acrítica em relação à diversidade e à diferença. Nesse sentido, a presente pesquisa objetiva investigar as narrativas de professores em relação ao modo de lidar com a diferença e a diversidade para o trabalho com a literatura em sala de aula. Para isso, foram selecionados dois professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, mais especificamente de 4º e 5º anos, que por meio de uma entrevista dirigida discorreram sobre suas formações, concepções e vivências. As categorias para análise foram divididas de acordo com esses 3 aspectos. As análises nos levaram a refletir sobre a necessidade de formações voltadas para esses temas, principalmente realizadas na própria escola, local de realização do ensino-aprendizagem. Entendemos também que a consideração das diferenças e da diversidade entre os alunos, pelo professor pode auxiliar na seleção de materiais e metodologias, o que torna o ensino mais significativo, bem como o trabalho com a literatura em sala de aula.