As imagens têm sido objeto de fascínio, identidade, mensagem e pesquisa e, também na virtualidade dos espaços-tempos imateriais, revelam histórias e sedimentam símbolos e ícones que moldam modos de ver e de viver. As investigações de e com imagens constroem discursos visuais, histórias de significações explícitas e simbólicas de determinado tempo-espaço, com marcos que se erguem, são fincados e rememorados ciclicamente. Com o desenvolvimento tecnológico dos dispositivos de produção de imagem, a presença de registros imagéticos de diversas ordens no cotidiano tornou-se cada vez mais comum, e as imagens produzidas e compartilhadas estruturam-se como narrativas visuais que se conectam a um "mar de imagens". A civilização da imagem articula documentos que mapeiam épocas, lugares e grupos sociais, formando identidades que se trançam no cotidiano e vão se constituindo como espaços de trocas e construções. Nesse contexto, este trabalho propõe reflexões sobre a utilização didática de imagens na educação, explorando sua produção, leitura e análise como processos de produção/ampliação de saberes que vão além da palavra escrita e falada, estabelecendo outras matrizes e modos de conhecimento e comunicação. Assim, buscou-se, com base na compreensão de autores como Barthes, Kossoy, Wulf, Dondis, Mauad, Baitello Jr., Teubal e Guberman, estruturar, fortalecer e refletir sobre a Pedagogia das Visualidades: códigos de ver e olhar relativos aos aspectos culturais, políticos, sociais e históricos. A maneira de ver é fruto da cultura; a visualidade é ensinada e aprendida/apreendida a partir de cânones socioculturais e históricos.