A geografia física no contexto escolar brasileiro quase sempre se equilibrou entre a descrição dos elementos naturais da paisagem e sua relação com a preservação e práticas conservacionistas do meio ambiente. Com a promulgação da Lei nº 13.415/2017, do Novo Ensino Médio, estabeleceu-se uma reformulação dos conteúdos, com um “enxugamento” de linhas trabalhadas nos três anos do ensino médio. Coube as disciplinas eletivas e as trilhas de aprofundamento, a repatriação de temáticas importantes da geografia física, que perderam espaço dentro da carga horária da base curricular geral. Levando em consideração esse novo contexto curricular, este trabalho objetivou analisar as contribuições das disciplinas eletivas para o ensino da geografia física escolar. A pesquisa foi desenvolvida com o acompanhamento de duas disciplinas eletivas (convivência com o semiárido e climatologia básica), ministradas na E.E.M Deputado Francisco de Almeida Monte, no município de Fortaleza-Ceará. A metodologia de caráter qualitativo baseou-se nos estudos de Bardin (1977) e Neves (1996). Constatou-se a possibilidade do aprofundamento do estudo de temas de aspectos físicos naturais da paisagem com enfase na escala regional. Porém ficou visível a dificuldade dos discentes no que infere aos conceitos básicos estudados pela geografia física, visto que tais conceitos e teorias foram quase que descartados do material didático disponível. Outro ponto importante foi a necessidade de produção de materiais didáticos. Sejam eles slides, mapas e vídeos utilizados pelo professor, quanto cartazes e maquetes produzidos pelos alunos; já que o suporte para o desenvolvimento das disciplinas carecia de investimento por parte dos órgãos governamentais. Portanto, se faz necessário um maior amparo a implementação das disciplinas eletivas, já que estas, se tornaram necessárias para a manutenção da geografia física dentro do Ensino Médio.