Nossa pesquisa tem como objetivo analisar o livro Ideias de Canário (2016), que, em sua trama, um cientista, especificamente, um ornitólogo chamado Macedo ao ir a uma loja de venda de objetos antigos encontra um canário cuja habilidade é falar. A partir dessa aquisição a narrativa se desenvolve com a ida do canário para casa de Macedo e, posteriormente, seu sumiço. O livro é uma adaptação do conto de Machado de Assis, que por meio da associação às ilustrações acaba por associar-se ao público infanto-juvenil, com ilustrações de Luana Geiger. A adaptação atua a partir de um ponto de vista ecocrítico, colocando em destaque o respeito aos animais e a sua dignidade. Para tanto, como referencial teórico nos pautamos nos estudos do pesquisador da área Nussbaum (2006) bem como das leis que regem o direito animal, fomentando assim nossa discussão e ampliando o campo discussão acerca da temática abordada. Para tanto, analisamos a relação entre a narrativa escrita e visual e como uma complementa a outra na construção de sentidos. Dessa forma, chegamos a concluir que o homem percebe o animal não-racional como um ser que está a sua disposição, como um objeto, desprovendo-o de sua dignidade, principalmente no que tange o direito à liberdade.