A intertextualidade é um recurso marcante na literatura em língua de sinais, que é visto frequentemente na produção literária surda ou na literatura em língua de sinais. Ao utilizar este recurso, artistas e escritores em língua de sinais fazem referências a outras obras e estabelecem conexões entre o mundo surdo e o mundo ouvinte, enriquecendo suas produções e proporcionando uma experiência mais ampla e significativa ao público surdo. A intertextualidade permite que sejam explorados temas recorrentes na literatura surda, como a opressão, a luta por reconhecimento e pela valorização da cultura surda e o mundo visuogestual. Além disso, ao referenciar as obras e os artistas, é possível reforçar a importância da história e da memória da comunidade surda. Outro marco importante da intertextualidade na literatura surda, é a possibilidade de promover a interação entre diferentes gerações de surdos e a troca de conhecimentos e experiências vividos. Posto isso, esta pesquisa analisa contos da literatura surda infantil e juvenil em que encontramos traços intertextuais como forma de reafirmação da identidade e representatividade dentro da sociedade. Para isso, fizemos um apanhado de contos utilizados em escolas como a Cinderela Surda (2003), Rapunzel Surda (2003) o Patinho Surdo (2005) e analisamos os marcos teóricos e referenciais dentro dos contos. Para isso, utilizamos autores importantes da área, como: FERREIRA (2004), GESSER (2009), SUTTON-SPENSE (2016) E STROBEL (2009), além da análise intertextual dos contos, tendo como embasamento BENJAMIN (2013), COMPAGNON (2009) e RONAI (1981).