Mobilizado por respostas possíveis aos desafios da universidade enquanto espaço formativo, é que podemos ultrapassar o território normalizador dos gêneros e das sexualidades na contemporaneidade. Vale repensar currículos e estratégias no processo ensino e aprendizagem fora de uma obsessão utilitarista do conhecimento. Isso implica em uma formação universitária que não tema aproximar-se das práticas educativas queer. Nesse caso, é introduzir outra relação educativa, de práxis inclusiva, aberta e que recusa opressões. A proposta ora apresentada trata de evidenciar as potencialidades de combate às violências aos corpos dissidentes. Violências que foram capturadas em entrevistas, e que são narradas em forma de testemunhos, instrumento metodológico utilizado na elaboração da tese de doutorado em andamento do autor, que analisa os discursos de violências em virtude da orientação sexual e identidade de gênero vividas na graduação por estudantes em universidades do Recife-PE. A tese não se prendeu a um diagnóstico de violências, mas apresenta algo propositivo como uma das alternativas para combate-las, mediante as pedagogias queer. Utilizo as referências pedagógicas de educação integral de Henri Wallon que se atualizam em pedagogias transgressoras de bell hooks, antinormativa de Val Flores e definitivamente das pedagogias raras, incômodas, estranhas de Guacira Lopes Louro. Por sua vez interessa-me conectar a uma educação implicada na autonomia e em uma epistemologia sem compromisso com a lógica binária. Ou seja, um conhecimento que se produza em que corpos e vidas fora da cis-heteronormatividade não se sintam indesejados e nem violentados.