Este artigo tem como objetivo analisar como um docente do sexo masculino compreende suas práticas na Educação Infantil e como interage com a comunidade educativa em instituições de Educação Infantil do município de Belo Horizonte. A pesquisa, realizada em nível de mestrado, envolveu 14 professores homens, dos 22 que atuam nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs). Este estudo utiliza como fundamentos teóricos os conceitos de gênero propostos por Connell (1995), Scott (1995), Fausto-Sterling (2002) e Connell e Messerschmidt (2013). Além disso, são incorporadas as perspectivas de pesquisadoras e pesquisadores que abordam a presença de homens na Educação Infantil, como Sayão (2005), J. Ramos (2011, 2017), Monteiro e Altmann (2014), C. Ramos (2020) e Santos (2021), dentre outros. Em termos metodológicos, inicialmente, foram aplicados questionários a todos os participantes e, após análise, três deles foram selecionados para entrevistas em profundidade, visando compreender suas trajetórias, desafios, oportunidades e conexões com a comunidade escolar. Para fins deste texto, serão analisados os dados produzidos junto a um dos professores. Os resultados destacam que a presença masculina na Educação Infantil apresenta desafios e possibilidades relacionadas à interação com a comunidade escolar. A resistência inicial por parte de alguns membros da equipe escolar pode ser superada ao conquistar a valorização e aceitação das famílias. O professor entrevistado enfatiza as habilidades práticas e as abordagens distintas que os homens podem contribuir para a Educação Infantil, enquanto reforça a necessidade de combater preconceitos e incentivar a colaboração entre todos os profissionais da escola. Ao explorar a trajetória dos Professores, observamos que, apesar da resistência inicial de algumas colegas professoras, esses sujeitos conquistam reconhecimento e aceitação das famílias.