Este artigo visa refletir acerca da forma como a alfabetização está organizada na Base Nacional Comum Curricular. Trata-se de uma reflexão crítica sobre a abordagem da alfabetização no contexto da BNCC, a fim de esclarecer questões específicas nas áreas das linguagens, particularmente como o documento aborda a alfabetização. Consideramos que dominar o sistema de escrita alfabético não é uma tarefa fácil, trata-se de um processo complexo que envolve, de modo articulado, a aprendizagem do sistema de escrita alfabética e a produção/compreensão de textos orais e escritos. Para o cumprimento de nossos objetivos, realizamos um estudo documental e bibliográfico, cujo o foco foi o documento aprovado em 22 de dezembro de 2017, por meio da resolução CNE/CP n° 02 que institui a Base Nacional Comum Curricular, a ser implementada no âmbito da Educação Básica. Além do documento oficial mencionado, dialogamos com os seguintes teóricos: Ferreiro e Teberosky (1999); Moraes (2014) e Soares (2008). As diferentes perspectivas teóricas conduziram nossos olhares para uma abordagem do ensino da Língua Portuguesa, no documento, que segrega a alfabetização como elemento à parte dos estudos da língua, tanto no que diz respeito às questões epistemológicas, quando aponta para uma abordagem fonológica e técnica, quanto na estrutura do documento, em que insere um subtópico após abordar a área da linguagem. Portanto, o que nos propusemos a partir deste material foi refletir sobre o ideário pedagógico sustentado na Base, procurando não apenas “traduzir ou resumir” as informações, mas refletir criticamente sobre os aspectos importantes, a fim de não cair em armadilhas da incorporação cega sem o exercício consciente de sua ação.