A empatia é um construto amplamente estudado em diversas áreas e por muitos autores, levando em consideração todos os benefícios proporcionados pela sua promoção, como a redução de comportamentos agressivos e resolução de conflitos. No entanto, o foco dos estudos sobre a empatia ainda persiste no desenvolvimento típico, carecendo de trabalhos que abarquem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nesse estudo, as características do TEA foram descritas de acordo com a literatura pertinente e com os critérios estabelecidos pelos manuais diagnósticos, como, por exemplo, o comprometimento na interação social e padrões de comportamentos repetitivos e restritos. Trata-se de um artigo em formato teórico que teve como objetivo central discutir o desenvolvimento da empatia em pessoas com TEA, dividindo-se em três seções principais. Os resultados da revisão na literatura realizada sobre a relação entre empatia e o TEA revelaram dados controversos: enquanto que alguns estudos mencionam que as pessoas no espectro do autismo não têm empatia, as pesquisas mais recentes apontam evidências que há aspectos da empatia que podem estar intactos, como o componente afetivo, e outros podem estar comprometidos, como o componente cognitivo. Além disso, também existem alguns trabalhos que sugerem que o indivíduo autista pode ter um excesso de sensibilidade empática. Com base nesses resultados, esse trabalho proporcionou a ampliação do debate sobre a empatia para pessoas neurodivergentes, sendo necessário propor a realização de novos estudos que aprofundem essas e outras questões.