O livro didático de história durante muito tempo no contexto da educação brasileira apresentou e representou de forma colonizadora o lugar dos povos afro-indígenas. Este tipo de visão, coibiu e contribui para que a história e cultura dos povos africanos e indígenas fossem estudados de maneira depreciativa, discriminatória, subalternizada. Este artigo, busca refletir sobre o lugar destes povos e suas culturas no livro didático de história, observando como a partir das Leis 10.639/2003 completou 20 anos e 15 anos da 11.645/2008, neste ano de 2023, estas culturas são enfatizadas. Após a legislação, qual perspectivas e representações foram construídas em relação a temática afro-indígena. O livro didático de História é percebido na sala de aula enquanto uma linguagem pedagógica que possibilita o diálogo nos processos de ensino-aprendizagem no cotidiano escolar, como importante no que se diz respeito as temáticas afro-indígenas e como podem ser debatidas em sala de aula. Para tanto, analisaremos a coleção “A CONQUISTA”, da Editora FTD -Programa Nacional do Livro Didático 2023- 2026 adotados pela Secretaria de Educação do município de Campina Grande-PB, perpassados pela analise documental e nos estudos de Bittencourt (2004), Munanga (2006), Chatier (2002), Hall (2005), dentre outros, voltados para uma perspectiva decolonial e antirracista. Portanto, o livro didático enquanto um instrumento que permite que os saberes sejam debatidos e compreendidos no contexto das aulas de história, torna-se um importante recurso para que os saberes e as culturas afro-indígenas estejam presentes cada vez mais nas discussões em sala de aula. Ao trabalhar as culturas afro-indígenas no livro didático numa perspectiva crítica e reflexiva, notabilizando os aspectos pluriétnico e multicultural que a sociedade brasileira é alicerçada torna-se possível educar as novas gerações de crianças, adolescentes e jovens sobre os conhecimentos destes povos e culturas que ficaram silenciados na educação brasileira.