O campo dos Estudos Culturais conduzem para o centro das discussões os grupos que estão às margens da sociedade, na busca de dar visibilidade para que possam resistir e lutar contra o que é exigido pelo cânone, além de referenciar posições de militância, questionar e problematizar os fatos. Os Estudos Surdos embasados nas contribuições dos Estudos Culturais lutam pelo reconhecimento da pessoa surda em sua cultura, identidade e língua, que lhes são próprias. Nesta perspectiva, os Estudos Culturais e os Estudos Surdos batalham pela compreensão da surdez numa perspectiva socioantropológica e pela valorização desta diferença. O objetivo desta pesquisa é compreender as narrativas de professores de uma escola estadual, localizada no interior de Pernambuco sobre a educação de surdos, à luz dos Estudos Culturais e Estudos Surdos. Utilizamos como aportes teóricos Skliar (1998); Perlin (2003); Sá (2006); Costa (2011); Hall (2011); Quadros (2011); Souza e Souza (2012); Strobel (2016); Vieira e Molina (2018); Dorziat (2019); Lage e Kelman (2019); Barboza e Dorziat (2019); Romário (2020). A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa, segundo Denzin e Lincoln (2006), quanto aos objetivos, à pesquisa foi exploratória (GONSALVES, 2011), e quanto aos procedimentos de coleta trabalhamos com a pesquisa de campo (SEVERINO, 2018). A técnica utilizada foi à entrevista semiestruturada, baseada em Silveira (2007) e Richardson (2015), em que o instrumento foi um roteiro prévio. O campo de pesquisa foi uma escola pública estadual, localizada em Pernambuco. Os participantes da pesquisa foram 4 (quatro) professores do Ensino Médio. Os achados da pesquisa apontaram que as práticas pedagógicas utilizadas na educação de pessoas surdas precisam de melhorias e direcionamentos de modo a incluir esses alunos nas aulas e nas atividades, sendo primordial que professores e professoras compreendam que essas práticas precisam considerar a cultura surda.