Esta revisão sistemática teve como objetivo analisar a produção mundial de artigos empíricos que abordam os estilos e adaptações de pais e mães de crianças atípicas, e como o exercício da parentalidade interfere nas características de externalização e funções executivas dos filhos. Inicialmente, realizou-se uma busca nas plataformas CAPES, Web of Science, Pubmed e Scielo, com os descritores “parents” e “early childhood”. Incluiu-se artigos sem restrição de idioma e sem refinamento do ano inicial de publicação, definindo apenas o ano final, este sendo 2020. Posteriormente, realizou-se um recorte de duas categorias do estudo, a saber: estilos e adaptações parentais aos filhos atípicos e relação entre parentalidade e características dos filhos. Os resultados evidenciam a necessidade dos pais regularem suas emoções devido às cobranças que enfrentam para superar as dificuldades relacionadas a atipicidade, essas questões podem ser agravadas por diversos motivos, dentre eles, os problemas conjugais. Ademais, os artigos apontam para a relação bidirecional entre a sensibilidade materna e os sintomas de externalização das crianças, indicando que quanto maior for a dificuldade de internalização do filho maior serão os níveis de angústia materna, deste modo, enfatiza-se que a disponibilidade dos pais afetam as crianças em diversos aspectos. Assim, o estudo evidencia que a parentalidade em casos atípicos apresenta particularidades, não apenas para os pais, como também para os filhos. Por fim, identifica-se que a produção científica de qualidade pode indicar caminhos a serem seguidos a fim de que a discussão sobre parentalidade e atipicidade na primeira infância prossigam, de forma a gerar práticas mais positivas nas esferas sociais envolvidas, bem como conhecimentos acerca da temática, a partir de diversos contextos. O conhecimento aprofundado dessa realidade pode auxiliar na construção de políticas públicas inclusivas mais eficientes.