Os coletivos de pessoas em diversidade social como: pessoas com deficiência, negros, indígenas, LGBTQIA+, mulheres, dentre outros, têm conquistado importantes espaços e direitos sociais após anos de opressão e exclusão. O aumento deste público em instituições de ensino superior (IES) é resultado da implementação de políticas públicas que buscam garantir a acessibilidade e inclusão desses coletivos. A interseccionalidade com questões sócio-históricas, políticas e psicológicas sinaliza a necessidade de ampliar o conceito de acessibilidade uma vez que, ao longo dos anos tais práticas pouco se atentaram para barreiras atitudinais, reforçando uma cultura capacitista. Assim, este trabalho objetiva apresentar como a participação e permanência de estudantes com necessidades educacionais específicas (NEEs), inseridos em IES, são afetadas por barreiras atitudinais. Os dados originam-se de um recorte na pesquisa de doutorado mais ampla ainda em andamento, coletados da seguinte forma: 1) Aplicação do questionário de colombiano “Índice de Inclusão para Educação Superior (INES)”, adaptado para o português; 2) Encontros focais grupais na modalidade remota com estudantes que declararam NEEs e indicaram interesse na temática. Os tópicos abordados nos encontros foram definidos de acordo as vivências dos participantes e organizados em núcleos de significação por similaridade. Assim, foi possível compreender que os participantes tiveram dificuldade em identificarem-se como estudantes com NEEs por não encontrarem uma escuta efetiva. Deixaram de participar de atividades acadêmicas por sentirem-se injustiçados e não acolhidos. Contrariamente, nutrem um sentimento de pertencimento para com a instituição que estão inseridos, em busca direitos e, qualidade de vida e dos estudos. O entendimento sobre as barreiras atitudinais enfrentadas possibilitou a compreensão sobre a participação dos coletivos mencionados no combate às desigualdades e capacitismo bem como, a ampliação do conceito de acessibilidade.