Este estudo tem como objetivo refletir sobre o direito ao lazer e a inclusão social de crianças com autismo à luz da perspectiva dos Direitos Humanos, para tanto, escolhemos como metodologia as narrativas autobiográficas que trazem experiências que embora sejam individuais são forjadas em um contexto sócio-histórico próprio e carregam as marcas de seu tempo permitindo a inferência das concepções sociais que circulam neste contexto. Apesar da relevância do tema existe pouco aprofundamento sobre o lazer das pessoas com deficiência. Fomentar estudos na área e o aumento nas discussões representa a construção de novas possibilidades de ampliação do olhar para os direitos das pessoas com deficiência. A base teórica do estudo está centrada nas concepções de Vygotsky que compreende que o desenvolvimento da pessoa com deficiência não segue um percurso diferente do destinado às pessoas com desenvolvimento típico, isto é, assim como as pessoas consideradas hegemonicamente como normais, as características especificamente humanas (funções psicológicas superiores) emergem pela relação do sujeito com a cultura. Os resultados apontam que ainda existem muitas barreiras para a efetivação do direito ao lazer e inclusão social das crianças com autismo devido ao capacitismo estrutural, falta de acessibilidade nos locais públicos, vulnerabilidade das famílias. Concluímos que é importante repensarmos as construções simbólicas em relação ao autismo, pois é a partir delas que orientamos nossas condutas. É urgente que mudança de paradigma sobre a deficiência alcance os mais diversos espaços sociais para que estes sejam verdadeiramente acessíveis a todos os sujeitos.