O presente trabalho tem como objetivo descrever e analisar as vivências matemáticas de agricultores, destacando as diferenças e semelhanças de culturas de acordo com a região em que vivem e como esses conhecimentos podem se relacionar com o saber matemático escolar. Este trabalho partiu de uma experiência realizada no componente curricular Laboratório do Ensino da Matemática II, do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal da Paraíba - Campus IV. Para tanto, foram realizadas entrevistas com agricultores das localidades de Sousa- PB e Curral de Cima-PB. Foram analisadas as experiências dos agricultores na matemática informal, pois muitas vezes não utilizam conhecimentos matemáticos formais para resolver situações do trabalho, a partir do olhar da Etnomatemática como um campo de estudo que busca compreender essas práticas matemáticas e seus contextos, e observar as riquezas dos conhecimentos matemáticos ali presentes. Como aporte teórico destaca-se a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2018), a teoria de Ubiratan D'Ambrosio (2002) e de Gelsa Knijnik (2012) dentre outros autores. A Etnomatemática é defendida e analisada a sua importância, a sua utilização no cotidiano e como ser incluída nas escolas, visto que os estudantes ajudam seus pais. A experiência evidenciou que os conhecimentos adquiridos pelos entrevistados vinham de seus familiares e que são repassados de geração em geração, pois alguns dos entrevistados não tiveram muito contato com a escola, concluindo apenas os anos iniciais do ensino fundamental. Além disso, observou-se a utilização de contagem, agrupamento dos alimentos, geometria, medidas e matemática financeira. Alguns desses conhecimentos não foram aprendidos na escola, porém os agricultores conseguem utilizar em diversas ocasiões do dia a dia.