Considerando a necessidade de práticas docentes efetivas que sanem as dificuldades apresentadas por escolares na aprendizagem das convenções ortográficas do português brasileiro, Morais (2003) e Cagliari (1990) defendem a imprescindibilidade de diagnósticos adequados como ponto de partida para proposições didáticas bem fundamentadas que atuem sobre o problema. Nesse viés, este trabalho propõe-se a divulgar resultados parciais de uma pesquisa documental de doutorado em andamento, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará (UECE). A partir de um projeto piloto, com o objetivo de investigar e classificar os desvios ortográficos mais recorrentes em um corpus composto por 30 produções escritas de alunos do 7º ano de uma escola pública municipal fortalezense, com vistas à proposição de uma intervenção didático-metodológica, tais desvios foram categorizados conforme os indicadores da Tipologia de “erros” de Nóbrega (2013). O instrumental em questão foi expandido a partir das interferências na escrita ortográfica encontradas nos textos que compuseram a amostra. A natureza dos desvios revelou que a categorização da autora carecia de uma revisão que incluísse entre os indicadores ocorrências relacionadas também às práticas de linguagem, sobretudo de escrita, em ambiente hipertextual. Desse modo, a nova proposta que partiu de oito categorias de indicadores com subcategorias que correspondem às especificidades dos tipos de interferências, incluiu duas outras categorias: a “hipercorreção”, com quatro subcategorias; e a “interferência da escrita em ambiente digital”, com uma subcategoria.