Como desdobramento da pesquisa de mestrado – intitulada “Transver o mundo e amar o puro traste em flor: Uma conversa com Paulo Freire e Manoel de Barros” – este artigo traz a narrativa docente acerca das experiências do projeto “Café com Leitura”, da Escola Paroquial do Loteamento Samambaia (Petrópolis/RJ), em que o poeta Manoel de Barros foi o autor prestigiado. Com turmas de 6° e 9° anos do Ensino Fundamental, o projeto é direcionado às aulas de Português e Redação e tem como foco a leitura, produção de textos, criação, arte, registros fotográficos e diversas outras manifestações de linguagem, que tanto dialoguem com a obra do autor, quanto alcancem os saberes discentes, adquiridos e produzidos na prática, a partir de uma leitura de mundo que acontece dentro e fora da escola, e que é antecessora do saber institucionalizado, como preconizou Paulo Freire. Nesse sentido, encontramos suporte metodológico nas pesquisas nos/dos/com os cotidianos, desenvolvidas por Nilda Alves, Regina Leite Garcia e Inês Barbosa de Oliveira, tendo em vista que ‘professorapesquisadora’ e demais ‘praticantespensantes’ do cotidiano escolar colhem, do chão da escola, da práxis, da ação-reflexão-ação, fundamentos e ideias que alicerçam a pesquisa e o seu valioso registro.