A história é feita de construções diversas e não linear, com a presença de inúmeros atores sociais e econômicos. É comum a divisão do estudo da história, seja por períodos de tempo cronológico, fatos históricos, região geográfica ou algum outro contexto socioeconômico, político, artística cultura etc. A história brasileira é marcada pelo longo e trágico período escravocrata, que, dentre outras aspectos, subsidiou a extração de riquezas do território brasileiro por mãos e sangue de escravos. Dentre estas riquezas materiais, pode ser destacado o minério, que supria os países de bens minerais importantes para o comercio e a economia, especialmente a emissão de moedas patadas em lastro de ouro. Esta trajetória histórica ainda é vigente em tempos atuais, com as devidas proporções de método de extração e relações profissionais e econômicas. Este estudo faz um recorte sobre as autorizações de lavra de ouro nas cidades limítrofes da macro região de Jacobina-Ba e os relaciona com as contradições ambientais da possibilidade de lavra de ouro ocorrer em áreas de preservação ambiental. O Parque Estadual da Sete Passagens, criado nos anos 90, circunda dois grandes munícipios, Jacobina e Miguel Calmon. Na cidade de Jacobina, é consolidada a extração comercial de ouro desde a década de 30, de tal forma, que a reserva de ouro, bem como os requerimentos de lavra, pode ser estendida até a poligonal da região de preservação. A evolução histórica dos requerimentos de lavra nessa região, demostra o conflito entre a preservação ambiental e o interesse econômico, bem como as contradições da legislação ambiental e mineral brasileira, que permitiu o requerimento de lavra dentro de uma área de preservação ambiental.