A Educação de Jovens e Adultos-EJA é uma das modalidades da Educação Básica brasileira, reconhecida como direito pela Constituição brasileira de 1988 e regulamentada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/1996. São inúmeros os desafios que perpassam por essa modalidade, desde a formação docente específica para atuar com esse público, a material didático e um currículo que dê conta da sua diversidade. No período da pandemia provocada pelo novo agente do coronavírus (SARS-CoV-2), mais conhecido como COVID 19, esses desafios foram ampliados, devido a necessidade de interromper as atividades de ensino ofertadas na modalidade presencial e passar a realizá-las no que ficou denominado de ensino remoto emergencial. Em função disso, nosso objetivo com este artigo é discutir sobre como as escolas que ofertam a EJA em um município no interior do Estado da Bahia se organizaram no período pandêmico para dar continuidade as suas atividades de ensino e as dificuldades enfrentadas para executar essa organização. Para tanto, fizemos uma pesquisa com abordagem qualitativa, do tipo exploratória e descritiva. Como instrumento para construção dos dados utilizamos um questionário que foi respondido por gestores/as e docentes de seis escolas públicas da rede de ensino de um município localizado na região sul da Bahia. Os dados possibilitaram identificar as dificuldades da gestão e de docentes em utilizar as tecnologias digitais para contactar os/as estudantes, assim como para mediar as atividades de ensino, tendo em vista a escassez de recursos tecnológicos nas mãos delas/es e as dificuldades de docentes em utilizar esses recursos, por não terem tido formação para tal, situações que os levou a adotar o bloco de atividades. Além disso, uma redução significativa no número de matrículas, e, apesar do suporte insuficiente do governo, o que conseguiram efetivamente realizar foi em decorrência do trabalho colaborativo entre os pares.