A Dança da Tucandeira: práticas culturais em escola indígena no Rio Pupunhal/Maués/Amazonas Josivanda Barata Moreira RESUMO O texto aborda sobre a prática cultural vivenciada em uma escola indígena na Zona rural no município de Maués/Am. Na docência há 10 anos, nunca antes vivenciei uma realidade diferenciada igual ao do período 2021 a 2022. O trabalho em uma escola indígena que fica distante do município de Maués cerca de 2h de rabeta indo pelo rio Maués Açu. Vivenciar a sala de aula na série multisseriada quando estamos em formação acadêmica, foi um reencontro com a realidade para compreendermos que as práticas dos professores regentes restabelecem desafios ao diálogo para ressiguinificar olhares que intercruzam com as diferentes culturas, saberes costumes que vamos encontrar no processo da caminhada como educador por diferentes realidades em escolas em comunidades ribeirinhas. O tempo que estive na comunidade foi de conhecer possibilidades e viver incertezas na docência. Trabalhar com crianças indígenas na turma multisseriada, aprender e viver com os costumes deles, lidar com a língua materna Sateré-Mawé foram grandes desafios. Explicar as atividades na língua portuguesa e ouvir falarem na língua materna de início ficava sem saber como lidar, depois de alguns meses com a adaptação, até ariscava a conversa com algumas palavras na língua “sateré”. No lugar de docente notou-se que as dificuldades que enfrentam é a difícil comunicação na língua portuguesa, pois, a maioria e falante na língua materna. Com o tempo contavam os costumes alimentícios de comer formiga queimosa, rã, manga assada, mingau de manga, Poraqué entre outros. No artesanato gostavam de fazer paneiro, vassoura, tipiti, luva e cocar tecido da palha do açaizeiro. Tudo isso, foi provocante, principalmente na prática docente viver uma mistura de culturas, as minhas e as deles. Nesse tateio de aprender a ser professora em realidade diferenciada, específica e bilíngue foi desenvolvida a atividade Dança da Tucandeira, ao qual utilizamos materiais que existia na comunidade. Naquele momento os saberes ancestrais, a cultura e os costumes da dança foi demostrado que se mantiveram na existência milenar, por isso, a comunidade inteira aceitou a proposta de apresentar a prática “dança”, envolveram-se na confecção dos materiais necessários (luvas de tipiti e roupas de palha, pigmentos para pintura corporal) e fomos para comunidade Camarão. Após, 3h de viagem de barco apresentamos a cultura viva de um povo a partir de uma ação prática não do que está no currículo prescrito, mas, um currículo não oficial com a dança da Tucandeira do povo indígena Sateré-Mawé. Palavras-chave: Currículo, Dança da Tucandeira, Escola Indígena, Prática Cultural.