Este trabalho teve como objetivo analisar a relação das condições sociais de desenvolvimento de um aluno com deficiência múltipla, matriculado em uma escola pública da Baixada Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. Para tal, nos valemos de uma entrevista realizada com a mãe do aluno. Como eixo central analítico, a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Histórico-Cultural e da interseccionalidade, articulamos as noções dos marcadores sociais da diferença com a relação interconstitutiva da vivência/perejivanie e meio no processo de desenvolvimento humano. As análises indicaram que a vida em situação de pobreza, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, a sobrecarga de trabalho da mãe aumentada com o cuidado com a criança e o estigma racial são questões que geram maiores dificuldades para o bem-estar social e para o acesso aos bens culturais. Condições sociais precárias que impactam no desenvolvimento desses sujeitos, intensificando a relação deficiência e pobreza. Tal cenário, aponta ainda para a invisibilidade dos marcadores sociais da diferença na elaboração de políticas públicas no campo dos Direitos sociais e humanos. Por fim, defendemos a importância de pesquisas que avancem no olhar interseccional sobre o aluno com deficiência múltipla, a fim de promover os direitos humanos e a justiça social.