O presente estudo visa relatar experiências e práticas educativas de mães ouvintes de crianças surdas. Nesse contexto, apresenta conceitos relacionados às vivências de mães no empenho pela educação do/a filho/a surdo/a e as proposições existentes nas políticas educacionais, dentre elas, os Decretos nº 5.626/2005 e nº 7.611/2011 e as Leis nº 12.319/2010, nº 13.005/2014 e nº 14.191/2021. Este texto tem por objetivo geral refletir sobre a vida e práticas educativas de mães ouvintes de crianças surdas no contexto educacional bilíngue. Para isso, buscou-se descrever o lugar ocupado pela mãe ouvinte no processo educativo da criança surda e apresentar os aportes escolares propostos pela política educacional para a criança surda na aprendizagem e uso da Libras. Nesse sentido, recorreu-se a uma metodologia de cunho qualitativo, utilizando aspectos da pesquisa bibliográfica, de campo e análise documental. A fim de embasar esta pesquisa, foram abordados os conceitos de surdez, Língua de Sinais Caseira (LSC), Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a importância do conhecimento linguístico para o reconhecimento da identidade e da cultura surda. Como resultado dessa pesquisa, observou-se que as mães são responsabilizadas socialmente pela aquisição da comunicação pelo filho/a surdo/a e pela inserção destes na comunidade de maioria ouvinte, tornando-as principais agentes de acompanhamento no contexto educacional. No entanto, percebe-se que apesar da existência de documentos e leis que assegurem a educação bilíngue, e, consequentemente, o aprendizado da Libras, há uma lacuna de políticas públicas que garantam o auxílio no contexto escolar para que o/a estudante surdo/a realize a transição da LSC, aprendida no ambiente familiar, para a Libras. Conjuntura essa, que dificulta melhores condições para que o espaço escolar se torne um suporte institucional para o desenvolvimento subjetivo, identitário, cultural e social desses indivíduos.