A leishmaniose visceral americana (LVA) é uma das leishmanioses que possui maior letalidade. Ela é causada pelo protozoário do gênero Leishmania e transmitida no Brasil predominantemente pelo mosquito palha, Lutzomia longipalpis. Os casos de LVA se urbanizaram nos últimos 40 anos. Nas cidades, os cães são o principal reservatório, sendo hospedeiros, mas não transmitindo, e por isso eutanasiados como medida de controle. Áreas endêmicas de LVA em cães precedem casos em humanos. A disseminação de conhecimentos epidemiológicos é uma estratégia de controle e prevenção. Neste trabalho avaliamos a capacidade de estudantes do primeiro e segundo ano do ensino médio atuarem como disseminadores de conhecimentos preventivos sobre a LVA para seus familiares. O estudo foi realizado em 2018 na EEEM Conêgo Luiz Gônzaga de Oliveira, em João Pessoa, Paraíba, em área endêmica de LVA canina. Os estudantes aplicaram um questionário estruturado de cinco perguntas sobre a LVA com seus responsáveis. Posteriormente, foram realizadas seis intervenções pedagógicas de 1h sobre LVA em sala de aula com palestras, um jogo, e elaboração de material didático. Em casa, os estudantes explicaram o conteúdo para seus familiares, e elaboraram uma redação sobre os conceitos trabalhados, assinada pelo familiar, e analisada pelo pesquisador. Após 30 dias das intervenções, os estudantes aplicaram novamente o questionário aos seus responsáveis. Participaram 212 estudantes e responsáveis. Foram analisados 96 questionários (48pré-48pós). Antes das intervenções, os responsáveis apresentaram 29% de taxa de acerto de sobre à epidemiologia e transmissão da LVA. Após as intervenções, a taxa de acerto aumentou para 59% (p<0,05). Quatro das cinco questões aumentaram significaticativamente, exceto a questão sobre importância do cão como reservatório (p > 0,05). Comprovamos que escolares podem atuar como disseminadores de conhecimentos sobre a LVA para seus responsáveis e que devmos retrabalhar o conceito de reservátorio em abordagens de Saude Única.