Pensar em pesquisas acadêmicas educacionais em que os participantes são crianças requer alguns cuidados e um dos principais é romper com paradigmas, como a de que a criança não é capaz de produzir conhecimento científico, por exemplo. Isso requer o abandono da visão de “criança objeto”, concebida por metodologias tradicionais e a necessidade em adentrar o mundo das crianças, envolvê-las como coparticipantes e construir conhecimentos com as crianças. O objetivo desse trabalho é refletir sobre as novas formas de pensar e fazer pesquisas na área da Educação e que propõem ter crianças como principais participantes, propondo considerar a voz delas de várias maneiras e buscar o rompimento com velhos paradigmas. Caracterizada como uma pesquisa bibliográfica, usou de um aprofundamento teórico por meio de livros, documentos, artigos, dissertações, teses e outras pesquisas já publicadas que se propuseram a discutir a temática sobre pesquisa com crianças à luz da Sociologia da Infância. Foi possível concluir que introduzir as crianças como participantes nas pesquisas acadêmicas, requer dar voz a elas e isso significa ouvir suas opiniões, planejar algumas ações em conjunto, deixá-las a par de cada passo dado pela pesquisa, etc. Entretanto, é preciso afirmar que estudos que se propõem a coletar dados com crianças de maneira participativa não estão isentos de rigor científico e nem abstém o pesquisador de suas funções, como organizar esses dados, interpretá-los como o máximo de atenção aos detalhes fornecidos, cruzar os dados com o referencial estudado e argumentar suas ideias. Enfim, trata-se de realizar uma nova pesquisa respeitando a participação das crianças convidadas, pois elas muito nos têm a dizer sobre os contextos que foram pensados para elas, mas que em muitos momentos não se propõem a ouvi-las, como o contexto escolar ou acadêmico, por exemplo.