A categoria trabalho é passível de análise sob muitas perspectivas sociais e políticas. Além do viés capitalista muito atribuído a contemporaneidade, existem dimensões do afeto que perpassam o fazer de cada profissional. No campo da docência, ao observar professores e professoras nos contextos escolares, percebe-se como as demandas de reconhecimento, produtividade, sensibilização e resiliência são incorporadas às suas atividades e compõem uma prática articulada com as significações construídas historicamente sobre o “ser professor/a”. A partir de discussões dessa natureza, construímos um Relato de Experiência advindo de uma Roda de Conversa realizada em uma Escola Municipal localizada no Estado da Paraíba, com o objetivo de evidenciar a necessidade de promoção de espaços de diálogo sobre as representações do trabalho e sua relação com a saúde mental dos docentes. Como resultados principais, observou-se que as palavras centrais evocadas pelos participantes estão relacionadas a desafios, dificuldades, esperança e amor, o que demonstra como os afetos presentes entre o grupo versavam sobre ambiguidades que corroboram para desdobramentos do campo do adoecimento mental. Ademais, foi possível perceber a importância da criação de espaços de partilha entre os docentes para possibilitar a construção de redes de apoio e fortalecimento de vínculos enquanto alternativas de suporte mediante o sofrimento psíquico advindo do espaço laboral, ressaltando o compromisso social e ético da escola com seus colaboradores.