Quando a escola foi implantada em terras indígenas, as línguas, a tradição oral, o saber e a arte dos povos indígenas foram discriminadas e excluídas da sala de aula. Atualmente a educação escolar indígena é garantida pela Constituição Federal (1988) que assegura às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagens. Este artigo é um recorte de Trabalho de Conclusão de Curso é foi desenvolvido na escola indígena Kuxware Kriamretije localizada na aldeia Kriamretije, Terra Indígena Mãe Maria em Bom Jesus do Tocantins/PA. Teve como objetivos analisar as práticas pedagógicas de 2 professoras indígenas e 2 professoras não-indígenas que atuam nas séries iniciais no ensino fundamental, buscando verificar se suas práticas pedagógicas ajudam na valorização étnico cultural dos alunos e alunas. Desenvolvemos a pesquisa a partir da abordagem qualitativa, onde realizamos como procedimentos metodológico um levantamento bibliográfico e estudo a partir de Maher (2006), Paulo Freire (1996), Candau (2016) entre outros, além do estudo de alguns documentos e legislações pertinentes. Em seguida, realizamos observação participante nas turmas das quatro professoras que também concederam entrevistas. Como resultados percebemos que as professores observadas e entrevistadas almejam contribuir com a educação escolar indígena na aldeia kriamretije a partir de um diálogo crítico junto com toda a comunidade e entendem que a comunidade, assim como a escola, são os principais meios para manutenção da língua e da cultura do povo que vivem na aldeia Kriamretije, por isso na Escola Indígena Kuxware Kriamretije o trabalho realizado em torno da leitura e da escrita da língua materna é considerado muito importante, tendo em vista que o domínio de tais habilidades permite aos alunos indígenas a compreensão e preservação da cultura.