O presente artigo está articulado a pesquisa desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Educação, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Francisco Beltrão (UNIOESTE-FB), intitulada como “O novo ensino médio na Escola de Educação Básica João Roberto Moreira – São Domingos – SC: implicações da educação empreendedora na formação dos jovens”. Objetiva refletir sobre o Novo Ensino Médio em Santa Catarina- NEM/SC, dando ênfase a inserção do empreendedorismo enquanto eixo estruturante na formação da (s) juventude (s). Para tanto, analisa o componente curricular educação empreendedora, voltado a formação de um novo sujeito: “o sujeito empreendedor”. Pautado em um discurso ideológico, o empreendedorismo emerge, no NEM como forma de “combate aos problemas formativos e estruturais vivenciados por esta etapa da educação básica”. A metodologia adotada foi estudo bibliográfico de autores como: Araújo (2019), que explana sobre o NEM e a desigualdade e diferenciação na formação; Dardot e Laval (2016); Laval (2019); Freitas (2018), os quais destacam o entrelaçamento das políticas neoliberais e o empresariamento da educação; Reis (2019); Coan (2011); Costa e Caetano (2021), que analisam a ideologia do empreendedorismo na formação da juventude; Antunes (2000; 2009; 2020), Antunes e Pinto (2017), expõem a precarização das novas formas de trabalho; Dolabela (2003), autor que defende a educação empreendedora. No texto, primeiramente, abordaremos aspectos do empreendedorismo na educação, e posteriormente a educação empreendedora como componente curricular na formação da (s) juventude (s) no NEM/SC. Como resultado, destacamos que o NEM agrava, ainda mais, a desigualdade e diferenciação na educação da classe trabalhadora, articulando a educação dos jovens às novas formas de organização do trabalho produtivo. O empreendedorismo, assume papel determinante nesse processo, pois sustenta o interesse do empresariado na educação, que atende, a lógica do mercado, da precarização e da uberização do trabalho.