No planejamento urbano, os agentes que exercem a função de planejadores são condicionados a se ajustarem a uma linguagem específica. Essa condicionante transforma o processo de discussão inacessível a quem não foi ensinado a expressão técnica das áreas do planejamento. No entanto, muito se fala em processos participativos e espaços democráticos e inclusivos, condições que estimam a aproximação de sujeitos que podem não se familiarizarem com a fala técnica, tornando necessária a existência de uma mediação, dificultando a autonomia crítica. Imerso no contexto de consulta pública do plano diretor participativo da Cidade de Goiás - GO, esse trabalho objetiva pensar formas participativas de leitura e análise da cidade, através do desenho, que se comuniquem com o sujeito comum, aquele que vive às margens sociais e territoriais e que é diretamente afetado, na sua vivência urbana, pelo modo como a cidade se desenvolve. Como metodologia, são realizadas revisões bibliográficas, estudos de referências, contato com a comunidade para identificar nos coletivos sujeitos-chaves para o reconhecimento da cidade e o desenvolvimento das análises através de representações gráficas. Ao final das discussões e levantamentos, uma prévia diretriz de planejamento será apontada considerando, principalmente, a perspectiva do sujeito, suas memórias e a relação topofilica com o território que ele habita, entendendo topofília como “elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico” (TUAN, 1974, p.5).