O estudo de ambientes costeiros é crucial para a gestão pública, pois grande parte da população brasileira ocupa áreas próximas ao litoral. O Brasil possui uma ampla zona costeira, mas a pressão demográfica e a urbanização afetam sua paisagem. No estado do Pará, foi criada uma lei para o gerenciamento costeiro, que promove uma gestão descentralizada e planejamento para a implementação efetiva dessas políticas. O município de Salinópolis, especialmente a Ilha de Atalaia, sofre com a erosão costeira, lixo, esgoto sem tratamento, contaminação de águas subterrâneas, redução dos manguezais, conflitos fundiários e ocupações irregulares devido à urbanização descontrolada. Diante deste cenário, é fundamental realizar estudos sobre a vulnerabilidade costeira à erosão para compreender a dinâmica local e subsidiar ações de gestão e gerenciamento. Foi realizado, nesta pesquisa, com auxílio do Digital Shoreline Analysis, a avaliação multitemporal (20 anos) da variação da linha de costa na extensão da orla da ilha de Atalaia partir de imagens de satélite Landsat. O recuo médio linear de 2002 a 2022 foi de 84,80 m, enquanto o avanço linear foi de 230,54 m. As áreas em erosão representam 21,81% e, esses locais estão mais expostos ao oceano e onde a urbanização se consolida desordenadamente, já tendência deposicional de sedimentos na linha de costa é derivada da elevada carga sedimentar trazida pelos estuários que recortam a área.