O presente trabalho pretende se ater a uma organização específica na realização de shows dos gêneros Heavy Metal e Punk na cidade de Belo Horizonte, logrando investigar, a partir de um exercício exploratório, a contribuição do Coletivo Metalpunk Overkill para a articulação e mantimento territorial e material da música extrema belo-horizontina. Tem-se, portanto, uma rica interseção destas duas culturas, passível de interpretação a partir das noções de território, multiterritorialização, território rede e território sonoro. Os resultados indicam que os eventos, organizados em diferentes locais de shows, contribuem para o exercício multiterritorial da cena, com um padrão espacial que parte do Hipercentro de Belo Horizonte, mas, também, chega em outras regionais da capital mineira. O registro material dos cartazes integra a própria territorialidade do Coletivo Metalpunk Overkill, repercutindo cenários de desolação, brutalidade, guerra, profanação e caos. Estas características, replicadas em termos performáticos na ocasião dos rituais sonoros, desenvolvem a educação estética, identitária e política pretendida por seus organizadores, onde se aprende o que é ser headbanger e o que é ser Punk, congregando amistosamente estes grupos coirmãos.