No início do século XXI a migração internacional é um fenômeno transescalar e que envolve uma multiplicidade de agentes. As migrações que atravessam os países do Sul Global são caracterizadas por vulnerabilidades econômicas e sociais vivenciadas pelos migrantes que cruzam fronteiras na perspectiva de dar continuidade à trajetória de vida e trabalho. Nas primeiras décadas do século XXI o Brasil, entre os países da América Latina apresenta centralidade no que se refere ao acolhimento de migrantes oriundos do Sul-Global, tais como: chineses, bissau-guineenses, senegaleses, colombianos, peruanos, uruguaios, cubanos e venezuelanos. A migração dos venezuelanos para Fortaleza mostra-se como realidade a partir do ano de 2017. A migração forçada dos venezuelanos está inserida num contexto de crise política, econômica e social que acontece no país e que é provocada, entre outros, por agentes externos que tentam normatizar o território nacional. Entre os resultados, tem-se instabilidades múltiplas vivenciadas pela população que agrava direitos humanos básicos vinculados à saúde, alimentação, moradia, emprego etc. Diante das instabilidades, os venezuelanos procuram rotas para sair do país. No Brasil, cruzam a fronteira terrestre no estado de Roraima e se distribuem por todo o território brasileiro, construindo suas trajetórias e formando redes migratórias, sociais e institucionais ao longo do percurso, que são fundamentais para a continuidade destes fluxos. Deste modo, temos como objetivo principal apresentar as redes envolvidas na migração de venezuelanos em Fortaleza/CE e quais territorialidades são formadas a partir da permanência no território, a partir dos locais de moradia, trabalho, lazer, consumo de estudos.