Neste artigo é realizado um levantamento das pesquisas apresentadas nos encontros da ENPEC que envolvem o tema pesca artesanal, saberes populares e o ensino de ciências. Contextualizamos esta prática cuja importância não é devidamente reconhecida e que, além do potencial de captura de pescado, tem sido essencial na proteção e na denúncia e combate das ações que colocam em risco o meio ambiente, a atividade da pesca e o modo de vida da população brasileira. Tal resistência se materializa na construção do Movimento de Pescadores e Pescadoras, que também é protagonista no reconhecimento da trabalhadora da pesca. Debatemos o tipo de ciência que deve-se reivindicar para conhecer e transformar a realidade, a ciência engajada, e como ela pode abordar este tema. Concluímos que a temática é abordada de forma incipiente, sendo necessário um aprofundamento do contexto histórico e das contradições em que vivem as comunidades de trabalhadores da pesca.