Artigo E-book VIII ENALIC

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ISBN: 978-65-86901-58-0

LITERATURA E GEOGRAFIA: UMA PROPOSTA A PARTIR DE TORTO ARADO

Palavra-chaves: ENSINO DE GEOGRAFIA, LITERATURA, TORTO ARADO, INTERDISCIPLINARIEDADE, Comunicação Oral (CO) ET 01: Processos de Ensino e aprendizagem
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CADA VEZ MAIS O USO DE DIFERENTES LINGUAGENS É NECESSÁRIO PARA CONSTRUIR UM PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM CADA VEZ MAIS INTERESSANTE, ESPECIALMENTE NO ENSINO DE GEOGRAFIA. COMO GEÓGRAFAS, AO REALIZAR A LEITURA DO LIVRO PODEMOS OBSERVAR A POTENCIALIDADE DE SEU USO EM SALA DE AULA A PARTIR DOS DIVERSOS CONHECIMENTOS QUE ITAMAR VIEIRA JÚNIOR NOS TRAZ. DESSA FORMA, NOSSA PROPOSTA, PARA O USO DESSE LIVRO EM SALA DE AULA, FOI PENSADA PRINCIPALMENTE PARA TURMAS DO ENSINO MÉDIO. A PROFESSORA OU PROFESSOR, FEITO A LEITURA PRÉVIA DO TEXTO E ANALISANDO TRECHOS QUE PODEM SER UTILIZADOS EM AULA, PODERÁ DISPONIBILIZAR O LIVRO NA ÍNTEGRA AOS SEUS ESTUDANTES OU TRECHOS MENORES QUE TRAZEM OS ASPECTOS A SER PONTUADOS. A DISPONIBILIZAÇÃO PODERÁ SER FEITA EM ESQUEMA DE RODÍZIO QUANDO, POR EXEMPLO, FOR UM PROJETO EM UM ESPAÇO TEMPORAL MAIOR, OU SE HOUVER A POSSIBILIDADE DE FORNECER AOS ESTUDANTES UM EXEMPLAR PARA CADA, POR MEIO DE UM PROJETO MAIOR, ENVOLVENDO OUTROS/AS PROFESSORES/AS DE OUTRAS DISCIPLINAS. O ENREDO FORNECE A POSSIBILIDADE DE SE PENSAR DIVERSOS ASPECTOS PARA SEREM TRABALHADOS E DISCUTIDOS EM SALA. O PRIMEIRO DELES RETRATANDO O LUGAR E A PAISAGEM DESCRITA POR ITAMAR, ESSAS DUAS CATEGORIAS PRIMORDIAIS NO ENSINO DE GEOGRAFIA, AS QUAIS SÃO BEM EXPLORADAS POR ELE, NOS DÁ A POSSIBILIDADE DE ENTENDER O LOCAL EM QUE A HISTÓRIA SE DESENVOLVE, A SECA, O REGIME IRREGULAR DAS CHUVAS, A VEGETAÇÃO E A FAUNA LOCAL SÃO ALGUNS DESSES ASPECTOS. OUTRA TEMÁTICA PROVÁVEL É O PROBLEMA FUNDIÁRIO DO BRASIL, E AO REGIME DE SERVIDÃO QUE A COMUNIDADE QUILOMBOLA É ACOMETIDA PELA FALTA DO DIREITO À TERRA, ALÉM DO RACISMO NESSA RELAÇÃO COM OS “PROPRIETÁRIOS” DA TERRA, E QUESTÕES DE GÊNERO. PARTINDO DISSO O TEXTO TRAZ COMO POSSIBILIDADE UM PONTA PÉ PARA O ENSINO DE ÁFRICA, ESSENCIAL PARA ENTENDER ESSAS RELAÇÕES E DA RIQUEZA CULTURAL DESSA DESCENDÊNCIA. A HISTÓRIA NARRADA POR MULHERES, EM PRIMEIRA PESSOA, LEVA O LEITOR E A LEITORA A ENXERGAR ESSA REALIDADE DO ROMANCE, QUE É AINDA MAIS VIOLENTA COM AS PERSONAGENS FEMININAS, O TRABALHO DOMÉSTICO, A LIDA COM A TERRA E OS RELACIONAMENTOS AFETIVOS, FRAGMENTOS ESTES QUE PODEM PROPORCIONAR ANÁLISES EM SALA DE AULA SOBRE O PAPEL DA MULHER E PAUTAS FEMINISTAS. TAMBÉM É BEM FORTE NO LIVRO A LUTA PELO DIREITO DOS PERSONAGENS, PRINCIPALMENTE DIREITO À EDUCAÇÃO E À TERRA. ENRIQUECIDO COM ESSA INFINIDADE DE TEMAS, O LIVRO VEM SENDO CONSIDERADO, POR LEITORES E CRÍTICOS, COMO UMA OBRA QUE JÁ NASCEU CLÁSSICA, E QUE NOS LEVA A ESSE BRASIL PROFUNDO QUE INFELIZMENTE PERMANECE ATÉ OS DIAS DE HOJE, E QUE POR VEZES PODE SER DESCONHECIDO ATÉ MESMO POR MUITOS BRASILEIROS, POR ISSO TAMBÉM A POTENCIALIDADE DE SE TRABALHAR COM ESSE LIVRO NA SALA DE AULA. CLAVAL (1999) NOS TRAZ A NOÇÃO DE QUE UM LIVRO PODE SE TORNAR ALÉM DE ENTRETENIMENTO, UMA PESQUISA DOCUMENTAL, ITAMAR NOS PERMITE JUSTAMENTE SEGUIR POR ESSE CAMINHO, APESAR DE SER UM ROMANCE, UMA HISTÓRIA FICTÍCIA QUE NOS INSTIGA A DESBRAVAR, O ENREDO RETRATA SITUAÇÕES REAIS, QUE INSISTEM EM PERMANECER, E O AUTOR CONSEGUE NOS TRAZER ESSA RIQUEZA DE DETALHES POR TAMBÉM PERCORRER ESSES ESPAÇOS DO SERTÃO, ENQUANTO FUNCIONÁRIO DO INCRA. ESSA CONDIÇÃO SÓ PODE SER DESTACADA PELO AUTOR PELAS SUAS VIVÊNCIAS COMO FUNCIONÁRIO PÚBLICO PERCORRENDO O SERTÃO DA BAHIA, MAIS ESPECIFICAMENTE NA CHAPADA DIAMANTINA, CONFORME SEU RELATO (RODA VIVA, 2021). BUSCAMOS NOS DIAS ATUAIS, MAIS DO QUE NUNCA, ENCERRAR A NOÇÃO DE QUE O ENSINO DE GEOGRAFIA É E DEVE SER FRAGMENTADO. ACERCA DO USO DA LITERATURA, ATÉ MESMOS OS VESTIBULARES E ENEM UTILIZAM DESSA INTERDISCIPLINARIDADE EM SEUS EDITAIS, INDICANDO LEITURAS PRÉVIAS E SEMPRE TRAZENDO FRAGMENTOS LITERÁRIOS EM SUAS QUESTÕES, ABORDANDO PERGUNTAS CONTEXTUALIZADAS COM OS CONTEÚDOS. É PRECISO TAMBÉM RETIRAR ESSA CARGA NEGATIVA DO USO DE LITERATURA NAS ESCOLAS, COMO UM SINÔNIMO DE OBRIGATORIEDADE, MAS SIM DE UMA POSSIBLIDADE DE PROPORCIONAR UM NOVO PRISMA PARA A REFLEXÃO DAS QUESTÕES SOCIAIS, SOBRETUDO EM NOSSO PAÍS, QUE NÃO SE VALORIZA A LEITURA. NOS ÚLTIMOS ANOS, DADO A URGÊNCIA DESSAS TEMÁTICAS, EDITORAS GRANDES E PEQUENAS VEEM PUBLICANDO ACERCA DE TEMAS RACIAIS, NÃO POR ACASO TORTO ARADO E PEQUENO MANUAL ANTIRRASCISTA, DE DJAMILA RIBEIRO, CHEGARAM A SER OS LIVROS MAIS VENDIDOS DO BRASIL. SOBRE O ENSINO DE GEOGRAFIA, CASTELLAR (2020) DEFENDE QUE A CIÊNCIA GEOGRÁFICA É PODEROSA E NECESSÁRIA, POIS POSSUI COMO UMA DE SUAS PREMISSAS A BUSCA POR JUSTIÇA SOCIAL E A SUPERAÇÃO DE CRENÇAS. AINDA, PARA A PROFESSORA, AO ESTUDAR GEOGRAFIA, O/A ESTUDANTE, ESTIMULA OS PROCESSOS COGNITIVOS CEREBRAIS E A INTELIGÊNCIA, APRIMORANDO A COMPLEXIDADE DO SEU RACIOCÍNIO PARA DAR CONTA DA ARTICULAÇÃO DAS NOVAS INFORMAÇÕES. COM ISSO PODEMOS REFLETIR A POTENCIALIDADE DO USO DA LITERATURA PARA AFIRMAR O COMPROMISSO DO ENSINO DA GEOGRAFIA. O USO DA INTERDISCIPLINARIDADE É, HÁ MUITO TEMPO, DISCUTIDO COMO METODOLOGIA E COMO ABORDADO, ESSE LIVRO QUE JÁ NASCE COMO UM CLÁSSICO SEGUNDO MUITOS CRÍTICOS, TAMBÉM NOS PERMITE ESSA POSSIBILIDADE, ASSIM COMO OUTRAS ESCRITAS DA NOSSA LITERATURA. LANÇADO RECENTEMENTE TORTO ARADO CONSEGUE TRAZER AO MESMO TEMPO ASPECTOS HISTÓRICOS REMOTOS E TAMBÉM SER ATUAL, DIALOGANDO COM TEMÁTICAS EM PAUTA HOJE EM DIA. É PAPEL DO ENSINO DA GEOGRAFIA FORMAR CIDADÃOS QUE TENHAM A CAPACIDADE DE REFLETIR ACERCA DOS TEMAS QUE O CERCAM, E CREMOS QUE A UTILIZAÇÃO DESSA METODOLOGIA PODE TAMBÉM CONTRIBUIR NESSE PROCESSO, CRIANDO AULAS MAIS DINÂMICAS, ESTIMULANDO A LEITURA ENTRE OS JOVENS E DESENVOLVENDO O SENSO CRÍTICO PARA VIVER EM SOCIEDADE ESTANDO CIENTE DE SEUS DIREITOS E DEVERES."
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          N&oacute;s passarinhos, eles passar&atilde;o: esperan&ccedil;ar, agir e resistir na forma&ccedil;&atilde;o de professores.<br />\r\n
          <br />\r\n
          A pandemia se imp&ocirc;s ao mundo. Desde o in&iacute;cio de 2020, temos a cada dia um fato novo, uma nova realidade. Doen&ccedil;a, mortes e p&acirc;nico foram ceifando vidas, sonhos e trabalho. Perdas talvez seja a palavra que melhor expresse esse per&iacute;odo!<br />\r\n
          <br />\r\n
          Para a educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi diferente. Escolas fechadas, docentes e estudantes em atividades remotas. A maioria sem condi&ccedil;&otilde;es materiais e emocionais para enfrentar a nova situa&ccedil;&atilde;o. O preju&iacute;zo pedag&oacute;gico &eacute; imenso com retrocessos inevit&aacute;veis frente &agrave;s omissas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas e o genoc&iacute;dio do povo brasileiro. Demorou um tempo, mas a sociedade come&ccedil;ou a reagir e a enfrentar os problemas.<br />\r\n
          <br />\r\n
          &Eacute; nesse contexto de perdas de vidas e retrocessos sociais que o VIII ENALIC, o VII Semin&aacute;rio Nacional do PIBID e o II Semin&aacute;rio Nacional da Resid&ecirc;ncia Pedag&oacute;gica foram realizados de 07 a 11 de dezembro de 2021, de modo online. Sem condi&ccedil;&otilde;es de realiza&ccedil;&atilde;o em 2020, a necessidade de efetivar esse conjunto de eventos &eacute; inadi&aacute;vel. Mais do que nunca, o di&aacute;logo entre professores da educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica e formadores, estudantes, pesquisadores, p&oacute;s-graduandos e demais profissionais da educa&ccedil;&atilde;o &eacute; urgente para discutir estrat&eacute;gias de luta, socializar conhecimentos e viv&ecirc;ncias, que municie o enfrentamento das pol&iacute;ticas neoliberais que se impuseram com maior for&ccedil;a na educa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o s&atilde;o poucas as quest&otilde;es a serem debatidas: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Base Nacional Curricular-Forma&ccedil;&atilde;o de Professores, a Reforma do Ensino M&eacute;dio e seus &ldquo;novos&rdquo; itiner&aacute;rios, o corte no financiamento da educa&ccedil;&atilde;o com a EC n&ordm; 95/2016, bem como o impacto da pandemia, entre outros.<br />\r\n
          <br />\r\n
          A partir de debate com embasamento te&oacute;rico e de investiga&ccedil;&otilde;es recentes e relevantes, promovendo reflex&atilde;o atual e contextualizada de quest&otilde;es implicadas &agrave; forma&ccedil;&atilde;o inicial e continuada de professores da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica, que esses eventos buscam contribuir com a luta geral em defesa da educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, laica, gratuita, democr&aacute;tica e de qualidade socialmente referenciada para todos. Para tanto, ter&atilde;o em Paulo Freire, Patrono da Educa&ccedil;&atilde;o Brasileira, um pilar de resist&ecirc;ncia e inspira&ccedil;&atilde;o. Assim, convidamos a tod@s a participarem desse momento especial, mesmo que virtual, para juntarmos for&ccedil;a, reflex&atilde;o e energia para a luta!<br />\r\n
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          N&oacute;s passarinhos, eles passar&atilde;o: esperan&ccedil;ar, agir e resistir na forma&ccedil;&atilde;o de professores.<br />\r\n
          <br />\r\n
          A pandemia se imp&ocirc;s ao mundo. Desde o in&iacute;cio de 2020, temos a cada dia um fato novo, uma nova realidade. Doen&ccedil;a, mortes e p&acirc;nico foram ceifando vidas, sonhos e trabalho. Perdas talvez seja a palavra que melhor expresse esse per&iacute;odo!<br />\r\n
          <br />\r\n
          Para a educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi diferente. Escolas fechadas, docentes e estudantes em atividades remotas. A maioria sem condi&ccedil;&otilde;es materiais e emocionais para enfrentar a nova situa&ccedil;&atilde;o. O preju&iacute;zo pedag&oacute;gico &eacute; imenso com retrocessos inevit&aacute;veis frente &agrave;s omissas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas e o genoc&iacute;dio do povo brasileiro. Demorou um tempo, mas a sociedade come&ccedil;ou a reagir e a enfrentar os problemas.<br />\r\n
          <br />\r\n
          &Eacute; nesse contexto de perdas de vidas e retrocessos sociais que o VIII ENALIC, o VII Semin&aacute;rio Nacional do PIBID e o II Semin&aacute;rio Nacional da Resid&ecirc;ncia Pedag&oacute;gica foram realizados de 07 a 11 de dezembro de 2021, de modo online. Sem condi&ccedil;&otilde;es de realiza&ccedil;&atilde;o em 2020, a necessidade de efetivar esse conjunto de eventos &eacute; inadi&aacute;vel. Mais do que nunca, o di&aacute;logo entre professores da educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica e formadores, estudantes, pesquisadores, p&oacute;s-graduandos e demais profissionais da educa&ccedil;&atilde;o &eacute; urgente para discutir estrat&eacute;gias de luta, socializar conhecimentos e viv&ecirc;ncias, que municie o enfrentamento das pol&iacute;ticas neoliberais que se impuseram com maior for&ccedil;a na educa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o s&atilde;o poucas as quest&otilde;es a serem debatidas: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Base Nacional Curricular-Forma&ccedil;&atilde;o de Professores, a Reforma do Ensino M&eacute;dio e seus &ldquo;novos&rdquo; itiner&aacute;rios, o corte no financiamento da educa&ccedil;&atilde;o com a EC n&ordm; 95/2016, bem como o impacto da pandemia, entre outros.<br />\r\n
          <br />\r\n
          A partir de debate com embasamento te&oacute;rico e de investiga&ccedil;&otilde;es recentes e relevantes, promovendo reflex&atilde;o atual e contextualizada de quest&otilde;es implicadas &agrave; forma&ccedil;&atilde;o inicial e continuada de professores da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica, que esses eventos buscam contribuir com a luta geral em defesa da educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, laica, gratuita, democr&aacute;tica e de qualidade socialmente referenciada para todos. Para tanto, ter&atilde;o em Paulo Freire, Patrono da Educa&ccedil;&atilde;o Brasileira, um pilar de resist&ecirc;ncia e inspira&ccedil;&atilde;o. Assim, convidamos a tod@s a participarem desse momento especial, mesmo que virtual, para juntarmos for&ccedil;a, reflex&atilde;o e energia para a luta!<br />\r\n
          &nbsp;<br />\r\n
          &nbsp;
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                  A pandemia da COVID-19 se imp&ocirc;s ao mundo. Desde o in&iacute;cio de 2020, temos a cada dia um fato novo, uma nova realidade. Doen&ccedil;a, mortes e p&acirc;nico foram ceifando vidas, sonhos e trabalho. Perdas talvez seja a palavra que melhor expresse esse per&iacute;odo!<br />\r\n
                  Para a educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi diferente. Escolas fechadas, docentes e estudantes em atividades remotas. A maioria sem condi&ccedil;&otilde;es materiais e emocionais para enfrentar a nova situa&ccedil;&atilde;o. O preju&iacute;zo pedag&oacute;gico &eacute; imenso com retrocessos inevit&aacute;veis frente &agrave;s omissas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas e o genoc&iacute;dio do povo brasileiro. Demorou um tempo, mas a sociedade come&ccedil;ou a reagir e a enfrentar os problemas, embora a educa&ccedil;&atilde;o, mesmo sob as mais adversas condi&ccedil;&otilde;es, nunca ficou parada.<br />\r\n
                  &Eacute; nesse contexto de perdas de vidas e retrocessos sociais que o VIII ENALIC, o VII Semin&aacute;rio Nacional do PIBID e o II Semin&aacute;rio Nacional da Resid&ecirc;ncia Pedag&oacute;gica que s&atilde;o realizados de 07 a 11 de dezembro de 2021, de modo online, ap&oacute;s adiarmos sua realiza&ccedil;&atilde;o inicialmente prevista para 2020. Mais do que nunca, o di&aacute;logo entre professores da educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica e formadores, estudantes, pesquisadores, p&oacute;s-graduandos e demais profissionais da educa&ccedil;&atilde;o &eacute; urgente para discutir estrat&eacute;gias de luta, socializar conhecimentos e viv&ecirc;ncias, que municie o enfrentamento das pol&iacute;ticas neoliberais que se impuseram com maior for&ccedil;a na educa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o s&atilde;o poucas as quest&otilde;es debatidas: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Base Nacional Curricular-Forma&ccedil;&atilde;o de Professores, a Reforma do Ensino M&eacute;dio e seus &ldquo;novos&rdquo; itiner&aacute;rios, o corte no financiamento da educa&ccedil;&atilde;o com a EC n&ordm; 95/2016, bem como o impacto da pandemia, entre outros.<br />\r\n
                  A partir de debate com embasamento te&oacute;rico e de investiga&ccedil;&otilde;es recentes e relevantes, promovendo reflex&atilde;o atual e contextualizada de quest&otilde;es implicadas &agrave; forma&ccedil;&atilde;o inicial e continuada de professores da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica, que esses eventos mais uma vez contribu&iacute;ram com a luta geral em defesa da educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, laica, gratuita, democr&aacute;tica e de qualidade socialmente referenciada para todos, tendo em Paulo Freire, Patrono da Educa&ccedil;&atilde;o Brasileira, um pilar de resist&ecirc;ncia e inspira&ccedil;&atilde;o. Assim, convidamos a tod@s a lerem ebook do evento como continuidade do processo desencadeado em dezembro. Sem d&uacute;vidas, estaremos junt@s daqui a pouco, de modo presencial, para que a nossa energia seja cada vez mais revertida em organiza&ccedil;&atilde;o de luta dos docentes e licenciandos desse Brasil, que acreditam na educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, democr&aacute;tica, laica e de qualidade, socialmente referenciada para todos!<br />\r\n
                  Boa leitura!<br />\r\n
                  &nbsp;<br />\r\n
                  Nilson de Souza Cardoso<br />\r\n
                  Sueli Guadelupe de Lima Mendon&ccedil;a<br />\r\n
                  Cristiane Antonia Hauschild Johann<br />\r\n
                  Jaqueline Rabelo de Lima<br />\r\n
                  Maio de 2022.<br />\r\n
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                  Nilson de Souza Cardoso<br />\r\n
                  Sueli Guadelupe de Lima Mendon&ccedil;a<br />\r\n
                  Cristiane Antonia Hauschild Johann<br />\r\n
                  Jaqueline Rabelo De Lima
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                  Ad&eacute;lia Maria Evangelista Azevedo (Unidades de Jardim- UEMS)<br />\r\n
                  Alana Cec&iacute;lia de Menezes Sobreira (UECE)<br />\r\n
                  Ana Maria Pereira Lima (UECE)<br />\r\n
                  Andr&eacute; Lu&iacute;s de Oliveira (Universidade Estadual de Maring&aacute;-UEM)<br />\r\n
                  Beatriz Fernanda Almeida da Silva (Unespar)<br />\r\n
                  Cl&aacute;udia In&ecirc;s Horn (UNIVATES)<br />\r\n
                  Claudia Maria Sallai Tanhoffer (UFPR)<br />\r\n
                  Cristiane Antonia Hauschild (Universidade do Vale do Taquar&iacute; - Univates)<br />\r\n
                  Cristiane Maria Sampaio Forte (UECE)<br />\r\n
                  Desire Luciane Dominschek (Uninter/Unicamp)<br />\r\n
                  Douglas Eduardo Soares Pereira (Instituto Federal do Paran&aacute;)<br />\r\n
                  Eliane Matesco Cristov&atilde;o (UNIFEI)<br />\r\n
                  Elsio Jos&eacute; Cor&aacute; (UFFS)<br />\r\n
                  Fabiane Oleg&aacute;rio (UNIVATES)<br />\r\n
                  Fabr&iacute;cio Bonfim Sud&eacute;rio (UECE)<br />\r\n
                  Fernanda Silvia Veloso (UFPR)<br />\r\n
                  Flavia Sueli Fabiani Marcatto (UNIFEI)<br />\r\n
                  Gicele Maria Cervi (PUC - S&Atilde;O PAULO)<br />\r\n
                  Giselle Giovanna do Couto de Oliveira (IFPR)<br />\r\n
                  Gizeli Aparecida Ribeiro de Alencar (Universidade Estadual de Maring&aacute; - UEM)<br />\r\n
                  Iara Aquino (IFPR)<br />\r\n
                  Isabel Cristina Rodrigues (UEM)<br />\r\n
                  Jaqueline Rabelo de Lima (UECE)<br />\r\n
                  Jones Baroni Ferreira de Menezes (UECE)<br />\r\n
                  Jose Fernandes da Silva (IFMG)<br />\r\n
                  Karina Soledad Maldonado Molina (USP)<br />\r\n
                  Leandro Palcha (UFPR)<br />\r\n
                  Leila Cleuri Pryjma (IFPR)<br />\r\n
                  Lilian Cristina Buzato Ritter (UEM)<br />\r\n
                  Luc&eacute;lio Ferreira Simi&atilde;o (UEMS)<br />\r\n
                  Luciana Facchini (Instituto Superior de Educa&ccedil;&atilde;o Ivoti)<br />\r\n
                  Luiz Felipe Marques (Universidade Estadual do Paran&aacute;)<br />\r\n
                  M&aacute;rcia Elisa Tet&eacute; Ramos (UEM)<br />\r\n
                  Marcilene de Assis Alves Araujo (Universidade de Gurupi - UnirG)<br />\r\n
                  Maria Elisabete Bersch (UNIVATES)<br />\r\n
                  Maria M&aacute;rcia Melo de Castro Martins (UECE)<br />\r\n
                  Mariana Feiteiro Cavalari &nbsp;(UNESP - RIO CLARO)<br />\r\n
                  M&aacute;rio C&eacute;zar Amorim de Oliveira (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR&Aacute;)<br />\r\n
                  NO&Ecirc;MIA DOS SANTOS PEREIRA MOURA (UFGD)<br />\r\n
                  Raylson Francisco Nunes de Sousa (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR&Aacute;)<br />\r\n
                  Rosane de Fatima Batista Teixeira (IFPR)<br />\r\n
                  Sandra Regina D&rsquo; Antonio Verrengia (UEM)<br />\r\n
                  S&eacute;rgio Nunes Lopes (Universidade do Vale do Taquari - Univates)<br />\r\n
                  Sergio Vale da Paix&atilde;o (IFPR)<br />\r\n
                  T&acirc;nia Maria de Sousa Fran&ccedil;a (Universidade Estadual do Cear&aacute; - UECE)<br />\r\n
                  Thais Ludmila Da Silva Ranieri (UFRPE)<br />\r\n
                  Viviane Paula Martini (IFPR)<br />\r\n
                  Welessandra Aparecida Benfica (UEMG)
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                  Para a educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi diferente. Escolas fechadas, docentes e estudantes em atividades remotas. A maioria sem condi&ccedil;&otilde;es materiais e emocionais para enfrentar a nova situa&ccedil;&atilde;o. O preju&iacute;zo pedag&oacute;gico &eacute; imenso com retrocessos inevit&aacute;veis frente &agrave;s omissas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas e o genoc&iacute;dio do povo brasileiro. Demorou um tempo, mas a sociedade come&ccedil;ou a reagir e a enfrentar os problemas, embora a educa&ccedil;&atilde;o, mesmo sob as mais adversas condi&ccedil;&otilde;es, nunca ficou parada.<br />\r\n
                  &Eacute; nesse contexto de perdas de vidas e retrocessos sociais que o VIII ENALIC, o VII Semin&aacute;rio Nacional do PIBID e o II Semin&aacute;rio Nacional da Resid&ecirc;ncia Pedag&oacute;gica que s&atilde;o realizados de 07 a 11 de dezembro de 2021, de modo online, ap&oacute;s adiarmos sua realiza&ccedil;&atilde;o inicialmente prevista para 2020. Mais do que nunca, o di&aacute;logo entre professores da educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica e formadores, estudantes, pesquisadores, p&oacute;s-graduandos e demais profissionais da educa&ccedil;&atilde;o &eacute; urgente para discutir estrat&eacute;gias de luta, socializar conhecimentos e viv&ecirc;ncias, que municie o enfrentamento das pol&iacute;ticas neoliberais que se impuseram com maior for&ccedil;a na educa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o s&atilde;o poucas as quest&otilde;es debatidas: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Base Nacional Curricular-Forma&ccedil;&atilde;o de Professores, a Reforma do Ensino M&eacute;dio e seus &ldquo;novos&rdquo; itiner&aacute;rios, o corte no financiamento da educa&ccedil;&atilde;o com a EC n&ordm; 95/2016, bem como o impacto da pandemia, entre outros.<br />\r\n
                  A partir de debate com embasamento te&oacute;rico e de investiga&ccedil;&otilde;es recentes e relevantes, promovendo reflex&atilde;o atual e contextualizada de quest&otilde;es implicadas &agrave; forma&ccedil;&atilde;o inicial e continuada de professores da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica, que esses eventos mais uma vez contribu&iacute;ram com a luta geral em defesa da educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, laica, gratuita, democr&aacute;tica e de qualidade socialmente referenciada para todos, tendo em Paulo Freire, Patrono da Educa&ccedil;&atilde;o Brasileira, um pilar de resist&ecirc;ncia e inspira&ccedil;&atilde;o. Assim, convidamos a tod@s a lerem ebook do evento como continuidade do processo desencadeado em dezembro. Sem d&uacute;vidas, estaremos junt@s daqui a pouco, de modo presencial, para que a nossa energia seja cada vez mais revertida em organiza&ccedil;&atilde;o de luta dos docentes e licenciandos desse Brasil, que acreditam na educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, democr&aacute;tica, laica e de qualidade, socialmente referenciada para todos!<br />\r\n
                  Boa leitura!<br />\r\n
                  &nbsp;<br />\r\n
                  Nilson de Souza Cardoso<br />\r\n
                  Sueli Guadelupe de Lima Mendon&ccedil;a<br />\r\n
                  Cristiane Antonia Hauschild Johann<br />\r\n
                  Jaqueline Rabelo de Lima<br />\r\n
                  Maio de 2022.<br />\r\n
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                  Cristiane Antonia Hauschild Johann<br />\r\n
                  Jaqueline Rabelo De Lima
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                  Ad&eacute;lia Maria Evangelista Azevedo (Unidades de Jardim- UEMS)<br />\r\n
                  Alana Cec&iacute;lia de Menezes Sobreira (UECE)<br />\r\n
                  Ana Maria Pereira Lima (UECE)<br />\r\n
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                  Beatriz Fernanda Almeida da Silva (Unespar)<br />\r\n
                  Cl&aacute;udia In&ecirc;s Horn (UNIVATES)<br />\r\n
                  Claudia Maria Sallai Tanhoffer (UFPR)<br />\r\n
                  Cristiane Antonia Hauschild (Universidade do Vale do Taquar&iacute; - Univates)<br />\r\n
                  Cristiane Maria Sampaio Forte (UECE)<br />\r\n
                  Desire Luciane Dominschek (Uninter/Unicamp)<br />\r\n
                  Douglas Eduardo Soares Pereira (Instituto Federal do Paran&aacute;)<br />\r\n
                  Eliane Matesco Cristov&atilde;o (UNIFEI)<br />\r\n
                  Elsio Jos&eacute; Cor&aacute; (UFFS)<br />\r\n
                  Fabiane Oleg&aacute;rio (UNIVATES)<br />\r\n
                  Fabr&iacute;cio Bonfim Sud&eacute;rio (UECE)<br />\r\n
                  Fernanda Silvia Veloso (UFPR)<br />\r\n
                  Flavia Sueli Fabiani Marcatto (UNIFEI)<br />\r\n
                  Gicele Maria Cervi (PUC - S&Atilde;O PAULO)<br />\r\n
                  Giselle Giovanna do Couto de Oliveira (IFPR)<br />\r\n
                  Gizeli Aparecida Ribeiro de Alencar (Universidade Estadual de Maring&aacute; - UEM)<br />\r\n
                  Iara Aquino (IFPR)<br />\r\n
                  Isabel Cristina Rodrigues (UEM)<br />\r\n
                  Jaqueline Rabelo de Lima (UECE)<br />\r\n
                  Jones Baroni Ferreira de Menezes (UECE)<br />\r\n
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                  Karina Soledad Maldonado Molina (USP)<br />\r\n
                  Leandro Palcha (UFPR)<br />\r\n
                  Leila Cleuri Pryjma (IFPR)<br />\r\n
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                  Luc&eacute;lio Ferreira Simi&atilde;o (UEMS)<br />\r\n
                  Luciana Facchini (Instituto Superior de Educa&ccedil;&atilde;o Ivoti)<br />\r\n
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                  M&aacute;rcia Elisa Tet&eacute; Ramos (UEM)<br />\r\n
                  Marcilene de Assis Alves Araujo (Universidade de Gurupi - UnirG)<br />\r\n
                  Maria Elisabete Bersch (UNIVATES)<br />\r\n
                  Maria M&aacute;rcia Melo de Castro Martins (UECE)<br />\r\n
                  Mariana Feiteiro Cavalari &nbsp;(UNESP - RIO CLARO)<br />\r\n
                  M&aacute;rio C&eacute;zar Amorim de Oliveira (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR&Aacute;)<br />\r\n
                  NO&Ecirc;MIA DOS SANTOS PEREIRA MOURA (UFGD)<br />\r\n
                  Raylson Francisco Nunes de Sousa (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR&Aacute;)<br />\r\n
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Publicado em 05 de abril de 2022

Resumo

ESTA ESCRITA TEM POR OBJETIVO MOSTRAR A POSSIBILIDADE DE SE TRABALHAR A LITERATURA NAS AULAS DE GEOGRAFIA COMO MANEIRA INTERDISCIPLINAR, A FIM DE DESTACAR DIVERSOS CONTEÚDOS DA DISCIPLINA. O LIVRO “TORTO ARADO” DE ITAMAR VIEIRA JÚNIOR NOS TRAZ A OPORTUNIDADE DE TRABALHAR DISTINTOS TEMAS CAROS PARA A GEOGRAFIA, DESDE O CONCEITO DE LUGAR ATÉ O ENSINO DO CONTINENTE AFRICANO. O AUTOR DO LIVRO, ITAMAR VIEIRA JÚNIOR É DOUTOR EM ESTUDOS ÉTNICOS E AFRICANOS PELA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS/CENTRO DE ESTUDOS AFRO-ORIENTAIS, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, TAMBÉM POSSUI GRADUAÇÃO E MESTRADO EM GEOGRAFIA. POR SUA FORMAÇÃO, O AUTOR CONSEGUE TRAZER EM SUAS ESCRITAS MUITAS PECULIARIDADES DA GEOGRAFIA, ITAMAR TAMBÉM TRAZ AO LONGO DE TORTO ARADO QUESTÕES ACERCA DA CULTURA, PRINCIPALMENTE NO QUE DIZ RESPEITO À RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA. CADA VEZ MAIS O USO DE DIFERENTES LINGUAGENS É NECESSÁRIO PARA CONSTRUIR UM PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM CADA VEZ MAIS INTERESSANTE, ESPECIALMENTE NO ENSINO DE GEOGRAFIA. COMO GEÓGRAFAS, AO REALIZAR A LEITURA DO LIVRO PODEMOS OBSERVAR A POTENCIALIDADE DE SEU USO EM SALA DE AULA A PARTIR DOS DIVERSOS CONHECIMENTOS QUE ITAMAR VIEIRA JÚNIOR NOS TRAZ. DESSA FORMA, NOSSA PROPOSTA, PARA O USO DESSE LIVRO EM SALA DE AULA, FOI PENSADA PRINCIPALMENTE PARA TURMAS DO ENSINO MÉDIO. A PROFESSORA OU PROFESSOR, FEITO A LEITURA PRÉVIA DO TEXTO E ANALISANDO TRECHOS QUE PODEM SER UTILIZADOS EM AULA, PODERÁ DISPONIBILIZAR O LIVRO NA ÍNTEGRA AOS SEUS ESTUDANTES OU TRECHOS MENORES QUE TRAZEM OS ASPECTOS A SER PONTUADOS. A DISPONIBILIZAÇÃO PODERÁ SER FEITA EM ESQUEMA DE RODÍZIO QUANDO, POR EXEMPLO, FOR UM PROJETO EM UM ESPAÇO TEMPORAL MAIOR, OU SE HOUVER A POSSIBILIDADE DE FORNECER AOS ESTUDANTES UM EXEMPLAR PARA CADA, POR MEIO DE UM PROJETO MAIOR, ENVOLVENDO OUTROS/AS PROFESSORES/AS DE OUTRAS DISCIPLINAS. O ENREDO FORNECE A POSSIBILIDADE DE SE PENSAR DIVERSOS ASPECTOS PARA SEREM TRABALHADOS E DISCUTIDOS EM SALA. O PRIMEIRO DELES RETRATANDO O LUGAR E A PAISAGEM DESCRITA POR ITAMAR, ESSAS DUAS CATEGORIAS PRIMORDIAIS NO ENSINO DE GEOGRAFIA, AS QUAIS SÃO BEM EXPLORADAS POR ELE, NOS DÁ A POSSIBILIDADE DE ENTENDER O LOCAL EM QUE A HISTÓRIA SE DESENVOLVE, A SECA, O REGIME IRREGULAR DAS CHUVAS, A VEGETAÇÃO E A FAUNA LOCAL SÃO ALGUNS DESSES ASPECTOS. OUTRA TEMÁTICA PROVÁVEL É O PROBLEMA FUNDIÁRIO DO BRASIL, E AO REGIME DE SERVIDÃO QUE A COMUNIDADE QUILOMBOLA É ACOMETIDA PELA FALTA DO DIREITO À TERRA, ALÉM DO RACISMO NESSA RELAÇÃO COM OS “PROPRIETÁRIOS” DA TERRA, E QUESTÕES DE GÊNERO. PARTINDO DISSO O TEXTO TRAZ COMO POSSIBILIDADE UM PONTA PÉ PARA O ENSINO DE ÁFRICA, ESSENCIAL PARA ENTENDER ESSAS RELAÇÕES E DA RIQUEZA CULTURAL DESSA DESCENDÊNCIA. A HISTÓRIA NARRADA POR MULHERES, EM PRIMEIRA PESSOA, LEVA O LEITOR E A LEITORA A ENXERGAR ESSA REALIDADE DO ROMANCE, QUE É AINDA MAIS VIOLENTA COM AS PERSONAGENS FEMININAS, O TRABALHO DOMÉSTICO, A LIDA COM A TERRA E OS RELACIONAMENTOS AFETIVOS, FRAGMENTOS ESTES QUE PODEM PROPORCIONAR ANÁLISES EM SALA DE AULA SOBRE O PAPEL DA MULHER E PAUTAS FEMINISTAS. TAMBÉM É BEM FORTE NO LIVRO A LUTA PELO DIREITO DOS PERSONAGENS, PRINCIPALMENTE DIREITO À EDUCAÇÃO E À TERRA. ENRIQUECIDO COM ESSA INFINIDADE DE TEMAS, O LIVRO VEM SENDO CONSIDERADO, POR LEITORES E CRÍTICOS, COMO UMA OBRA QUE JÁ NASCEU CLÁSSICA, E QUE NOS LEVA A ESSE BRASIL PROFUNDO QUE INFELIZMENTE PERMANECE ATÉ OS DIAS DE HOJE, E QUE POR VEZES PODE SER DESCONHECIDO ATÉ MESMO POR MUITOS BRASILEIROS, POR ISSO TAMBÉM A POTENCIALIDADE DE SE TRABALHAR COM ESSE LIVRO NA SALA DE AULA. CLAVAL (1999) NOS TRAZ A NOÇÃO DE QUE UM LIVRO PODE SE TORNAR ALÉM DE ENTRETENIMENTO, UMA PESQUISA DOCUMENTAL, ITAMAR NOS PERMITE JUSTAMENTE SEGUIR POR ESSE CAMINHO, APESAR DE SER UM ROMANCE, UMA HISTÓRIA FICTÍCIA QUE NOS INSTIGA A DESBRAVAR, O ENREDO RETRATA SITUAÇÕES REAIS, QUE INSISTEM EM PERMANECER, E O AUTOR CONSEGUE NOS TRAZER ESSA RIQUEZA DE DETALHES POR TAMBÉM PERCORRER ESSES ESPAÇOS DO SERTÃO, ENQUANTO FUNCIONÁRIO DO INCRA. 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NOS ÚLTIMOS ANOS, DADO A URGÊNCIA DESSAS TEMÁTICAS, EDITORAS GRANDES E PEQUENAS VEEM PUBLICANDO ACERCA DE TEMAS RACIAIS, NÃO POR ACASO TORTO ARADO E PEQUENO MANUAL ANTIRRASCISTA, DE DJAMILA RIBEIRO, CHEGARAM A SER OS LIVROS MAIS VENDIDOS DO BRASIL. SOBRE O ENSINO DE GEOGRAFIA, CASTELLAR (2020) DEFENDE QUE A CIÊNCIA GEOGRÁFICA É PODEROSA E NECESSÁRIA, POIS POSSUI COMO UMA DE SUAS PREMISSAS A BUSCA POR JUSTIÇA SOCIAL E A SUPERAÇÃO DE CRENÇAS. AINDA, PARA A PROFESSORA, AO ESTUDAR GEOGRAFIA, O/A ESTUDANTE, ESTIMULA OS PROCESSOS COGNITIVOS CEREBRAIS E A INTELIGÊNCIA, APRIMORANDO A COMPLEXIDADE DO SEU RACIOCÍNIO PARA DAR CONTA DA ARTICULAÇÃO DAS NOVAS INFORMAÇÕES. COM ISSO PODEMOS REFLETIR A POTENCIALIDADE DO USO DA LITERATURA PARA AFIRMAR O COMPROMISSO DO ENSINO DA GEOGRAFIA. 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