Artigo Anais do I CONEIL

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-86901-92-4

A EMANCIPAÇÃO DA MULHER: PRESENTE NA OBRA “A DIVORCIADA”, DE FRANCISCA CLOTILDE.

Palavra-chaves: DIVÓRCIO, FRANCISCA, CLOTILDE, MULHERES, EMANCIPAÇÃO Comunicação Oral (CO) AT 08: O lugar da mulher na Academia - construção e desconstrução de identidades
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Publicado em 17 de novembro de 2020

Resumo

NA VIRADA NO SÉCULO XIX PARA O XX ERA MUITO COMUM QUE AS MULHERES FOSSEM CRIADAS E EDUCADAS PARA SEREM BOAS ESPOSAS E EXCELENTES DONAS DE CASAS. OS PAIS ESCOLHIAM OS FUTUROS MARIDOS VALENDO-SE DE SUAS CONDIÇÕES SOCIAIS E PARTINDO DISSO, FIRMAVA-SE UM CASAMENTO POR INTERESSES PATRIMONIAIS. DIANTE DE UMA SOCIEDADE QUE SE QUER COGITAVA A IDEIA DE UMA SEPARAÇÃO CONJUGAL, A CEARENSE FRANCISCA CLOTILDE, EM 1902, ESCREVE A OBRA “A DIVORCIADA”. SENDO A PIONEIRA A ABORDAR O ASSUNTO, A AUTORA CAUSOU ASSAZ REPERCUSSÃO DIANTE DA SOCIEDADE CEARENSE DA ÉPOCA, POIS A LEI DO DIVORCIO SÓ PASSOU A SER VIGORADA, NO BRASIL, EM 1977. PARTINDO DISSO, O ENREDO COMPOSTO POR TRINTA E SETE CAPÍTULOS NARRA A HISTÓRIA DE NAZARÉ, FILHA DO CORONEL PEDROSA QUE DEPOIS DE FICAR VIÚVO DEDICOU TODO AMOR E CUIDADOS À FILHA MAIS NOVA, QUE POR ESTAR ENFERMA É LEVADA PELO PAI E AS DUAS IRMÃS A PASSAR UM TEMPO NO INTERIOR PARA REVIGORAR SUA SAÚDE. DURANTE SUA ESTADIA, NAZARÉ ACABA SE APAIXONANDO POR CHIQUINHO, UM MATUTO DO POVOADO, A QUEM JAMAIS PODERIA SER DESPOSADA POR CAUSA DA DIFERENÇA DE SUAS CLASSES SOCIAIS. SENDO ESTA PROMETIDA AO PRIMO BACHAREL, ARTHUR PEDROSA, NAZARÉ ACABADA SENDO PRIVADA DE VIVER SEU GRANDE AMOR E É OBRIGADA A SE CASAR COM ARTHUR. VIVENDO EM UM CASAMENTO DIFÍCIL E PESAROSO, NAZARÉ TENTAVA DE TODAS AS FORMAS SER UMA ESPOSA RESIGNADA E ESCONDER DE TODOS O QUE VIVIA EM CASA. NO ENTANTO, O PAI VENDO O SOFRIMENTO DA FILHA E SENTINDO-SE CULPADO POR TODO O MAL E MARTÍRIO QUE ESTA SOFRIA, RESOLVEU DIVORCIÁ-LA E TRAZÊ-LA DE VOLTA AO ACONCHEGO DO LAR PATERNO. SOMENTE APÓS DOIS ANOS DIVORCIADA, NAZARÉ CASA-SE COM CHIQUINHO. NA OBRA, FRANCISCA CLOTILDE ABORDA ALGUNS PONTOS QUE ERAM MUITO COMUNS À ÉPOCA, COMO O CONSENTIMENTO E ACEITAÇÃO DAS DECISÕES PROFERIDAS PELOS PAIS E ESPOSOS, A MULHER SENDO VISTA MAIS COMO UM OBJETO DE ENFEITE QUE COMO UM SER HUMANO QUE POSSUI LIVRE ARBÍTRIO E QUE TEM PODER DE ESCOLHA, A PRESERVAÇÃO DO NOME SOCIAL SOB QUAISQUER CIRCUNSTÂNCIAS E, NÃO OBSTANTE, O CASAMENTO POR INTERESSE. A AUTORA CRITICA TAMBÉM O PRECONCEITO ENTRE CLASSES SOCIAIS, POIS COMO O BACHAREL POSSUÍA NOME E STATUS, O PAI DE NAZARÉ, NEM CONTESTOU A IDEIA DO CASAMENTO, FAZENDO A FILHA CASAR-SE COM UM HOMEM A QUEM ELA NÃO AMAVA. SOFRENDO ASSIM AS CONSEQUÊNCIAS DE UM CASAMENTO RUIM, DESTRUÍDO PELO VÍCIO DE JOGOS E BEBIDAS. UMA SITUAÇÃO ASSAZ COMUM NÃO SÓ NA SOCIEDADE DO SÉCULO XX COMO TAMBÉM NOS DIAS ATUAIS. OUTROSSIM, AS MULHERES NÃO PODIAM SE DIVORCIAR, POIS ISSO ACABARIA MANCHANDO O SEU NOME E O DE SUA FAMÍLIA. DESTARTE, EM “A DIVORCIADA”, NAZARÉ MUDA ESSE CONTEXTO, APÓS MUITO LUTAR PELO CASAMENTO E TER CONSCIÊNCIA DE SER UMA OBRA PERDIDA, SEPARA-SE, RESIGNA-SE E CASA-SE NOVAMENTE COM O HOMEM QUE SEMPRE AMOU. REPRESENTANDO ASSIM A EMANCIPAÇÃO DA MULHER DIANTE DE UMA SOCIEDADE MACHISTA.

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