PRETENDE-SE ANALISAR COMO A CIDADE É REPRESENTADA NOS CONTOS “ROLÉZIM” E “ESPIRAL”, NARRATIVAS QUE COMPÕEM, DENTRE OUTRAS, A COLETÂNEA O SOL NA CABEÇA (2018), DE GEOVANI MARTINS. NESSA OBRA, O AUTOR FICCIONALIZA O COTIDIANO DOS MORADORES DA PERIFERIA, EMPREGANDO UMA LINGUAGEM POLITICAMENTE ENGAJADA, ESCANCARANDO AS MALHAS DE UMA SOCIEDADE DESIGUAL E SEGREGACIONISTA. DESSA MANEIRA, CONSTITUINDO-SE DE ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA, ESSE TRABALHO TEM EMBASAMENTO NAS PREMISSAS DE LEONOR ARFUCH (2010), QUE CONCEITUA A NOÇÃO DE ESPAÇO BIOGRÁFICO, E RENATO CORDEIRO GOMES (1999), QUE POSTULA RELEVANTES APONTAMENTOS SOBRE O ESPAÇO URBANO. ADEMAIS, FUNDAMENTA-SE TAMBÉM EM SANDRA JATAHY PESAVENTO (2002), QUE COMPREENDE A APROPRIAÇÃO DA URBE COMO PRÁTICA ARTICULATÓRIA DE SIGNOS, NA QUAL IDENTIDADES SOCIAIS CULTURALMENTE CONSTRUÍDAS ENCONTRAM-SE EM CONSTANTE PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO. PORTANTO, ESSA DISCUSSÃO SE JUSTIFICA POR INVESTIGAR, ATRAVÉS DA ANÁLISE LITERÁRIA, DE QUE FORMA A CIDADE É REPRESENTADA POR ESCRITORES PERIFÉRICOS. ASSIM, CONSIDERA-SE RELEVANTE DESTACAR PERSPECTIVAS A CONTRAPELO, PROBLEMATIZANDO, POR MEIO DA ABORDAGEM LITERÁRIA, A DEMOCRATIZAÇÃO DOS ESPAÇOS E O DIÁLOGO COM ALTERIDADES HISTORICAMENTE MARGINALIZADAS. CONFORME O RESULTADO, NOTA-SE QUE A CIDADE, MESMO SENDO ESPAÇO DA REPRESSÃO E DO CONFLITO, TAMBÉM SE EFETIVA LUGAR DE LEGITIMAÇÃO IDENTITÁRIA E RESISTÊNCIA.